Tarde de domingo ensolarada, em finais de Outubro; mais exactamente no último domingo de Outubro.
Pátio exterior do Café Inglês, nas Escadinhas do Castelo, à sombra do arvoredo, tendo por cenário de fundo a vetusta Sé, outrora Catedral, e a imponente muralha almóada da alcáçova do Castelo de Silves.
O público, cosmopolita, de vários pontos da Europa e do mundo, enche as mesas, ainda repletas de pratos, travessas, copos, chávenas, garrafas, guardanapos... em refeições por terminar, no intervalo das palmas, das canções gritadas a plenos pulmões, da alegria e da festa de sabor marcadamente mediterrânico.
A animação coube aos Anonima Nuvolari (clique para aceder à sua música em myspace), provenientes da sempre bela cidade de Nápoles, ao fundo da bota italiana.
Das canções populares e das canções de amor até às canções da Resistência, numa encenação de todo informal, mas onde se distingue bem a intenção e o trabalho de coordenação, os músicos encheram o pátio com a sua vivacidade, o seu humor e a sua alegria.
Você saberão o que quero significar, quando digo que há momentos tão belos e tão intensos, tão repletos de energia colectiva, de bem-estar, que por vezes damos por nós a pensar que nesse preciso momento, em qualquer parte do mundo, não haverá certamente um lugar tão aprazível como aquele onde estamos.
Sabem do que falo ou não?
P.S.
Se nos confinarmos à música, faz mais pela animação cultural o David Hancock (responsável pela programação do Café Inglês) num fim-de-semana do que a monopolizadora administração local num mês inteiro.
Se alargarmos a observação a todas as outras formas de expressão, digamos que a administração local, num mês inteiro, bate uma quinzena do Café Inglês por uma margem diminuta.