(Desconheço o autor da foto)
Quando da construção da Barragem do Arade, nos anos 50 do século passado, a Ponte Velha (erradamente conhecida por Ponte Romana), foi gravemente afetada pelo trânsito de pesados camiões - os Euclides.
Foi então construída uma ponte de madeira entre a margem esquerda do Arade e a sua margem direita, junto ao Moinho da Porta.
(O Moinho da Porta já não existe, embora se identifique na fotografia acima; precisamente o edifício que se avista no centro da fotografia, com uma fachada de seis janelas)
No lugar desse tal Moinho da Porta há agora um pequeno parque de estacionamento para automóveis, que antecede o pequeno lago com as estátuas e a Praça de Al-Mu'tamid.
O trânsito seguia então pela rua da Cruz de Portugal, que se iniciava precisamente no arranque do edifício que hoje serve as "Águas do Algarve".
Essa ponte de madeira, construída com caráter provisório, acabou por revelar sérias debilidades e, no primeiro inverno após a sua construção, foi arrastada pelas cheias do rio Arade.
As cheias eram, nesse tempo anterior à construção da Barragem do Arade, muito frequentes no Inverno, transbordando do leito do rio .
Todas as casas da baixa silvense usavam colocar comportas de madeira, vedadas com barro, para evitar a inundação das casas.
Ao tempo, ainda não tinha sido construída a avenida junto ao rio e todo esse espaço à esquerda e à direita da ponte era ocupado por edifícios de um ou dois pisos, até junto da Praça do Peixe, que se situava frente ao edifício onde atualmente existe o bar " O Cais".
Destruída a Ponte de Madeira, não havia possibilidade de circulação entre as duas margens do rio e, prontamente, se procedeu à construção de uma nova ponte, também em madeira, mas com maior robustez.
Vieram as cheias e essa tal mais "robusta" ponte ficou torcida a meio, como se constata na fotografia que encima este texto.
Reforçou-se de novo a construção, assente em dois pilares de alvenaria, que ainda se avistam sob a água do rio, no enquadramento da antiga rua do Moinho da Porta.
Esta nova ponte durou até à construção da que hoje se chama a Ponte Nova, construída nos inícios dos anos 60, em obra que integrou a construção da atual avenida junto ao rio e consequente derrube de todos os edifícios que existiam junto à sua margem direita.
Silves possuiu, além da Ponte Velha e da Ponte Nova, outras duas pontes em madeira; a última delas reforçada anualmente, até à construção da nova ponte.