Esta terceira sessão foi dedicada a Zeca Afonso.
Paulo Pires, animador destas sessões, moderou o debate.
Irene Pimentel, investigadora de História Contemporânea e autora do livro JOSÉ AFONSO, edição do Círculo dos Leitores, na colecção Fotobiografias do Século XX, referiu-se a aspectos da vida e obra de Zeca, com a serenidade e o à-vontade de uma investigadora que sabe bem do que fala, numa proximidade muito grande junto de um público muito diversificado e com diferentes expectativas face à personalidade aqui homenageada, de certa maneira.
José Louro, conhecido homem do teatro nesta nossa região e que de perto privou com Zeca no período em que ele aqui viveu, na cidade de Faro, revelou episódios bem característicos da personalidade do homenageado, com muita graça e muito respeito por este seu amigo.
A Ricardo Martins e à sua banda, recentes finalistas da última edição do Festival da Canção, coube a responsabilidade musical.
Nada tenho a apontar em particular à execução dos temas, mas o tratamento dado às canções não faz muito o meu gosto: alguma ligeireza em temas muito fortes como em "os vampiros", toadas demasiado "adocicadas" em temas mais líricos, um ritmo de música de dança a espelhar um pouco um Zeca já institucionalizado, onde o que diz e proclama já não provoca contestação, como se todos já estivéssemos de acordo quanto à visão deste mundo que nos rodeia.
Mas Zeca provoca festa e quando há festa eu também lá estou, emprestando o meu entusiasmo.
Ficam as visões do mundo para outras tertúlias e outras sessões deste ciclo, muito provavelmente já na próxima sessão, com Vera Mantero a interpretar Caetano Veloso.