sexta-feira, outubro 28, 2005

Pedro e Inês


Olga Roriz e Companhia Nacional de Bailado

Foi um final de tarde inesquecível no Teatro Municipal de Faro.
Deslumbrei-me com a cenografia, o desenho de luzes, até o guarda-roupa, mas a coreografia, essa, foi de uma beleza indescritível, como é possível adivinhar na expressividade do par da imagem acima, particularmente quando os dançarinos tocam a água, esse símbolo da vida e da regeneração.
Passei por momentos de elevada fruição estética, nomeadamente na cena do assassinato, na expressão coreografada da violência.

Olga Roriz e toda a equipa que dirigiu, fizeram-me sentir, intensamente, através da linguagem plástica da dança, o terrível drama de Pedro e Inês.
Obrigado!

quinta-feira, outubro 27, 2005

Um Cont(inh)o (VIII)

Aí está um novo microconto (cerca de 50 caracteres), a corroborar a tendência dos posts da semana, mas antecipando-se à sexta-feira:


  • Um dia veio a entender que os eleitores não queriam como ele quer.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Ainda a propósito do novo ciclo autárquico

(Na sequência do post da passada segunda-feira)

Não duvido de que o Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde decorreu a cerimónia da tomada de posse, estivesse cheio de gente.
Os que compareceram certamente souberam da cerimónia; outros ainda, terão sabido e não compareceram; muitos outros não chegaram a saber.
O que pretendia, nesse meu texto, era chamar a atenção para a necessidade de uma ampla divulgação, como acto responsável de informar e de formar para a cidadania, para a cultura democrática.

Os que lá estiveram tinham os seus interesses e creio que todos, sem excepção, temos os nossos próprios interesses na procura de soluções que satisfaçam as nossas necessidades e as da comunidade onde vivemos.
Os que comparecem a uma Assembleia Municipal também têm os seus interesses em ver satisfeitas necessidades pessoais e colectivas.
Mas para além dos interesses há as expectativas e, seguramente, os que estiveram na tomada de posse tinham expectativas mais elevadas do que as que se geram perante uma Assembleia Municipal, que não suscita, salvo em raras ocasiões, a presença de tanto público.

É por tudo isso que reafirmo o que aqui disse em post de 20 de Setembro: Não estou interessado em quem detém o poder - «o poder sempre corrompe» - mas antes em quem o fiscaliza, em quem se lhe opõe, contrapondo uma outra forma de encarar as soluções políticas...

A oposição não pode desaparecer do contacto com as populações terminado o acto eleitoral e regressar em situações esporádicas, sem continuidade, ao longo de quatro anos, esperando fazer-se ouvir, então, quando é fácil denunciar e prometer, na proximidade de um novo acto eleitoral.

A oposição tem responsabilidades perante os seus eleitores (8535 contra 7395); eles são a maioria dos que compareceram às urnas. Confirme, clicando aqui.
Há que estar connosco, cidadãos, todas as semanas, porque todas as semanas se votam resoluções em reuniões da Câmara e nós temos o direito de ser informados de como se votou e por que se votou de determinada forma. Há que trazer para o domínio público e para a discussão pública as actas das reuniões onde, em nosso nome, se decide sobre a administração do concelho.
Há que divulgar, mais profusamente, as sessões da Assembleia Municipal e, na sequência, as suas actas.
Há que fazer viver a cidadania.

          - «Mas isso não é habitual. Não se faz em parte nenhuma.»

Pois é!

terça-feira, outubro 25, 2005


Lembrando Picasso na data em que nasceu, em 1881.

CRASH


(clique)
    «Movendo-nos à velocidade da vida, estamos prestes a colidir uns com os outros.»
Trata-se de um filme que alerta para a urgência da prática da tolerância numa sociedade multicultural.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Novo ciclo autárquico

Um novo ciclo autárquico teve o seu início, na passada sexta-feira, com a tomada de posse de novos e velhos autarcas à Assembleia e Câmara municipais.
O "pontapé de saída" deixou a desejar.
Mais uma vez a grande maioria dos cidadãos não tomou conhecimento e ficou à margem deste acto institucional; não só porque se alheia, porque alheia habitualmente à prática da cidadania, mas também porque os novos e velhos autarcas não se incomodam com o facto.
Que esforços de divulgação foram feitos pela Assembleia ou pela Câmara, para além dos editais que a lei exige, mas que o comum dos cidadãos nunca viu e nem sabe em que local ou locais se afixam?
Será que um acto desta importância, no nosso país, que cada vez mais se afasta da participação política, não merece uma divulgação do mesmo nível que se atribui a qualquer actividade cultural, desportiva ou meramente lúdica, com cartazes, painéis, conferências ou comunicados de imprensa?

Os novos autarcas dirão que ainda não tinham assumido os seus papéis, como se não estivessem previamente enquadrados numa estrutura partidária e se não se tivessem todos proposto actuar de forma diferente, tendo em vista os cidadãos, pelos quais foram eleitos e aos quais se propõem servir.

          - «Mas não é habitual. Não se faz em parte nenhuma.»

Pois é!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Um Conto (XVI)

  • Um homem de ideias arrumadas

    O senhor Alfredo era uma figura respeitável. Na pequena cidade onde vivia, era estimado e cumprimentado com respeito e afeição pelas muitas pessoas com quem se cruzava.

    Aconteceu que, a partir de determinado momento da sua vida, começou a sentir que as pessoas passaram a comportar-se para com ele de maneira diferente da habitual. Atrever-me-ia a dizer, de duas maneiras diferentes da habitual.
    Numa delas, a mais frequente, passou a sentir-se estranha e incomodativamente observado; as pessoas olhavam-no com uma insistência e uma curiosidade exageradas.
    Na outra maneira, menos frequente, mas que sucedia de forma regular, as pessoas pareciam receá-lo; passavam por ele desviando o olhar, apressadas, ou fugiam em sentido contrário, como que amedrontadas. Por vezes ia dar com elas escondidas, ao virar da esquina, paradas, a observá-lo. Também, se subitamente parava e desviava a cabeça, para olhar para trás, lá estavam elas e os seus olhares perscrutadores.
    Nesse tal momento da sua vida, passara a impor-se-lhe, com regularidade, uma necessidade inadiável de arrumar as ideias. Quando tal acontecia não saía de casa; receava chocar com as pessoas, com os carros, com os objectos. Mas ficar em casa sem ler, sem escrever, sem ver televisão, sentado no sofá sem exercício, por horas, enquanto punha a cabeça a arrumar as ideias, era absolutamente insuportável.

    Fora a partir do dia em que assumira a sua decisão, que tudo se alterou no comportamento das pessoas para consigo.

    A partir de então, quando necessitava de arrumar as ideias, não mais punha a cabeça ao lado, sobre a mesa. Pegava nela, metia-a debaixo do braço, os olhos bem abertos para não andar aos tombos, e saía para a rua, a passear.


quarta-feira, outubro 19, 2005

Autoria feminina no séc. XVII

O fascículo nº 32 da História e Antologia da Literatura Portuguesa, numa edição da Fundação Calouste Gulbenkian, é dedicado à literatura de autoria feminina. Além da já conhecida Sóror Mariana Alcoforado, tive assim oportunidade de me inteirar da existência de outras mulheres da literatura de conventos, como Sóror Madalena da Glória, Sóror Clara do Santíssimo Sacramento ou Sóror Maria do Céu, uma das quais assina, por vezes, com o criptónimo Marina Clemência e uma outra com um criptónimo que é o anagrama do seu próprio nome, Leonarda Gil da Gama.
Quer dar-se ao trabalho de descobrir quais são elas?

De Sóror Madalena da Glória e de uma das suas histórias, a Terceira História, transcrevo um poema, em forma de epitáfio, ...na sepultura da memória, em que a minha dor escreveu...



  • É de uma esperança morta
    Esta memória defunta:
    A causa não se pergunta,
    Porque só à dor importa.

P.S.
Amanhã será tempo da minha própria ficção: um conto, à quinta-feira, na trilha do nonsense, sobre um homem com ideias arrumadas.

terça-feira, outubro 18, 2005

Ataíde Oliveira

Contrasenso, por via informática e Voz de Loulé, em papel, evocam, por iniciativa de Hélder F. Raimundo e pela escrita de Luís Guerreiro, Ataíde Oliveira, Benemérito do Algarve, no dizer de Leite de Vasconcelos.

Francisco Xavier d'Athaíde Oliveira nasceu no Algôs e residiu em Silves na casa da Rua da Azoia que ostenta uma placa comemorativa em seu nome e que é, actualmente, residência da família Penisga.
Este ilustre filho do concelho de Silves, sobre cuja obra vos podeis documentar em Contrasenso, não tem merecido a devida atenção das sucessivas administrações do nosso concelho.
O seu nome figura numa rua do Algôs, mas ainda não consta na toponímia da cidade sede do seu município, como felizmente sucede noutros sedes de municípios do Algarve, nomeadamente Faro e Loulé.

Mais do que a mera referência ao seu nome, importaria a reedição de algumas das suas obras, particularmente as suas lendas e contos do Algarve e as monografias de Algôs e São Bartolomeu de Messines.

Deixo esta chamada de atenção para tão importante figura de Silves e do Algarve e relembro ainda uma intervenção de Maria Aliete Galhoz, do Centro de Tradições Populares Prof. Doutor Viegas Guerreiro, da Faculdade de Letras de Lisboa e Isabel Cardigos, do Centro de Estudos Ataíde Oliveira, da Universidade do Algarve, por ocasião das V Jornadas de Silves, uma organização da AEDPHS (Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico Cultural de Silves), publicada nas ACTAS desse encontro (30 e 31 de Outubro de 1999), que se debruçou sobre a importância da sua obra e comporta variada informação biliográfica.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Não posso adiar o coração

Em 17 de Outubro de 1924 nascia, em Faro, António Ramos Rosa.

Hoje, em jeito de homenagem, acrescento à minha compilação (ao fundo desta mesma página), o poema que, muito provavelmente, é o mais conhecido e divulgado de toda a sua vasta obra.

  • Não posso adiar o amor para outro século

    Não posso adiar o amor para outro século
    não posso
    ainda que o grito sufoque na garganta
    ainda que o ódio estale e crepite e arda
    sob montanhas cinzentas
    e montanhas cinzentas

    Não posso adiar este abraço
    que é uma arma de dois gumes
    amor e ódio

    Não posso adiar
    ainda que a noite pese séculos sobre as costas
    e a aurora indecisa demore
    não posso adiar para outro século a minha vida
    nem o meu amor
    nem o meu grito de libertação

    Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa
Viagem através duma nebulosa (1960)
Antologia poética
Publicações Dom Quixote, Lisboa 2001

sábado, outubro 15, 2005

O voo das cegonhas negras


Flying over Natura 2000

O mapa mostra a posição da cegonha negra, de nome Espartero, cujo voo migratório se iniciou em Salamanca, passou a Portugal (após muita hesitação) e seguiu junto à fronteira para lá de Castelo Branco. Cruzou o Tejo regressando a Espanha, que percorreu em direcção a Marrocos sobre o Estreito de Gibraltar. Sobrevoou o Saara por Marrocos, Argélia e Mauritânia, inflectindo então em direcção ao Mali, atravessando o Níger, o Nordeste da Nigéria e o Chad, onde se encontra agora, na localização que o mapa regista.

Além do Espartero, macho, encontra-se também sob observação a Esperanza, fêmea, que partindo de Ávila se dirigiu para o Senegal.

Pode acompanhar estes voos, que me foram sugeridos pela World Wildlife Fund espanhola (wwf.es), clicando no mapa acima, disponibilizado por "Flying Over Natura 2000", um projecto da Comunidade Europeia que pretende divulgar a importância da "Rede Natura 2000", consciencializando-nos sobre o património natural europeu.

Pode ainda informar-se sobre cegonhas negras na Costa Vicentina, inteirar-se da riqueza do património natural desta região e perguntar-se, como me aconteceu, porque razão teria Portugal ficado fora deste projecto, que envolve tantos países europeus.
Eu vou tentar saber porquê. Se alguém souber pode contactar-me.
Fique ainda com um mapa de localização dos sítios demarcados, em Portugal, pela Rede Natura 2000.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Um Cont(inh)o (VII)

Com votos de um bom fim-de-semana, aqui está outro microconto (cerca de 50 caracteres):


  • Viajei, recuando no tempo, preso ao reflexo de um raio de sol.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Certamente uma manhã chuvosa

Sim. Foi certamente uma manhã chuvosa que inspirou Nuno Júdice a escrever...

  • Cena de Província

    No café de aldeia, a mulher nova espera
    que alguém chegue para tomar o café com ela. Não pediu
    nada. Olha para fora, onde só as árvores se mexem
    com o vento, e é como se não olhasse para sítio
    nenhum. Na sua mesa de café de aldeia, sentada com o jornal
    de província à frente, de rosto fechado para todos
    os que estão no café - e para mim, ao balcão, olhando
    para ela enquanto acabo o café - a mulher
    nova espera que um deus chegue para tomar
    café com ela. É verdade que uma beleza estranha envolve
    o seu corpo; que as mãos têm as linhas puras de quem
    não precisa de as gastar em trabalhos e estações; e que
    o seu rosto traz a luz obscura de quem sabe que tem todos
    os desafios do amor para vencer. Hesito em pedir-lhe o
    jornal, pousar a minha chávena de café na mesa ao lado,
    perguntar-lhe como se chama; e contar-lhe algumas histórias
    desta aldeia, para que ela se vá embora, esquecendo
    esse deus que viria tomar café com ela. Mas
    a mulher nova continua a olhar para a rua, onde começou a
    chover. E quando chove, num largo deserto de aldeia,
    o ruído doce das gotas nos vidros até faz esquecer o bater
    das bolas, no bilhar ao lado, e a melancolia que escorre
    dos olhos da mulher nova que insiste em não abrir o jornal
    de província, em esquecer-se do encontro que está para
    não acontecer, e em olhar para mim, que acabei de pagar
    o café e saio, para apanhar a chuva que começa
    a cair com mais força no largo da aldeia.

Nuno Júdice
Teoria Geral do Sentimento
Poesia Reunida (1967 - 2000)
Publicações Dom Quixote, Lisboa 2000

terça-feira, outubro 11, 2005

Do olhar interior

Como, cá dentro, me sinto assim como ela o diz, recorro ao olhar de uma amiga:

  • Do olhar interior

    do desencanto já nem sobram as sombras
    só a linha contínua de um electrocardiograma
    feridas sem destaque escondidas algures
    limites sem contornos nem vedações
    apenas, ampliando a secura, o grito
    e o deserto perdido nas dunas

    nem sopro, nem sombra
    só um arfar que não sei se de raiva se de tédio.

Helena Monteiro
Linha de Cabotagem

segunda-feira, outubro 10, 2005

Fortalecer os laços comunitários

Num destes últimos fins-de-semana visitei uma pequena aldeia do interior do barrocal algarvio onde, em vez dos cartazes com os figurões da campanha autárquica, me deparei com as fotografias dos que antes habitaram ou agora residem em cada uma das casas dessa aldeia.
Em cada janela, lá estavam os retratos dos que ali viveram ou agora habitam
Querença, Setembro 2005, © António Baeta Oliveira
Sabemos todos que não é fácil conceder autorização para colocar assim, às nossas janelas, a nossa própria imagem, numa ostentação pouco habitual; a não ser que exista uma determinada confiança em quem nos sugeriu tal ideia ou uma adesão entusiástica ao que nos foi proposto.

Pois foi essa confiança e esse entusiasmo o que se gerou entre a população de Querença, a tal aldeia, e o bando, uma companhia de teatro, de Palmela, que aqui se instalou em residência artística, ao longo de quatro meses, no âmbito de Faro, Capital Nacional da Cultura 2005.

Querença, Setembro 2005, © António Baeta Oliveira O evento comunitário que ali ocorreu, no passado dia 25, recriando um casamento à moda antiga, testemunha essa confiança, patente nesta fotografia, onde a intérprete de Ti Miséria, a velha noiva, actriz, gera evidentes cumplicidades com a população local.
O fortalecimento dos laços comunitários revela-se na participação colectiva e activa, no diálogo com os actores, integrando a própria cena, partilhando contos, memórias, tradições locais ou, simplesmente desfilando, como muitos outros, orgulhosamente ao lado da sua própria fotografia.

Querença, Setembro 2005, © António Baeta Oliveira
  • (...) E fui compreendendo cada vez mais que, para mim, contemporaneidade implica uma relação muito especial também com o passado, com as memórias. Não o passado no sentido conservador, mas com a grande criatividade popular. Às vezes pensamos que aquilo é só tradição, que é tudo muito conservador, que não se transformou, que não é motivador de interesse sobre a modernidade. Mas aborda as temáticas que são comuns a todos os tempos, como o amor, a morte ou o ciúme. (...)

João Brites, director de o bando, ao Barlavento

domingo, outubro 09, 2005

quinta-feira, outubro 06, 2005

Um Conto (XV)

  • Quando o dia se fez noite.
    Quando a noite se fez dia.


    Vivia intensamente aquela situação. Como se o mundo estivesse ao contrário. Como se o meu ciclo de vida, por qualquer razão que me escapava, se tivesse invertido.
    As praças, os jardins, as ruas, as lojas, os bancos, os edifícios públicos, os cafés, os restaurantes, cheios de gente. As pessoas apresentavam uma vitalidade e uma alegria de viver algo perturbadoras. Inquietava-me a presença da luz das velas, dos candeeiros eléctricos, das outras fontes de luz improvisadas e, no céu escuro daquela noite, a lua, em quarto crescente. Era como se todos se tivessem erguido das suas camas e saído para a rua, em plena noite, numa loucura colectiva que me estonteava, pela surpresa, e me acalmava pela paz que se fazia sentir, difusa entre a multidão. Era uma experiência única; nenhuma das noites que antes vivera se assemelhava àquela.

    Em dado momento iniciou-se uma lenta debandada. Impelidas por qualquer força exterior ou interior, como num mimetismo colectivo, as pessoas começaram a abandonar os restaurantes, os cafés, os edifícios públicos, os bancos, as lojas, as ruas, os jardins, as praças, e a encaminhar-se, como sonâmbulos, em direcção às suas casas.
    Assim procedi também.

    Já só, num quarto de hotel, com a luz do sol a invadir o habitáculo, fui surpreendido pela decoração algo exótica do local.

    Mergulhei no travesseiro. Sonhei que estava em Marraquexe, pelo Ramadão.


quarta-feira, outubro 05, 2005

Um tema do Windows dedicado a Portugal

Soube hoje, via O Repleto, da existência de um tema do Windows dedicado a Portugal e aos países de língua portuguesa, sobre os Descobrimentos Portugueses, com ícones próprios e várias imagens de fundo baseadas na nossa cartografia.
Os interessados podem clicar na pequena ilustração acima e efectuar o download de acordo com os habituais procedimentos.
Eu já cá o tenho e estou deliciado com a setinha do rato: um braço com manga a condizer e uma mão que segura uma pena, como quem escreve.

terça-feira, outubro 04, 2005

رَمَضَانْ - Ramadão

Também hoje, na sequência da Lua Nova, além da entrada dos judeus no seu novo ano, no mês de Tishri, entram os muçulmanos no seu 9º mês, o Ramadão, vivendo um longo período de interioridade, com meditação e jejum.

É um período muito particular da vida destes povos do Islão, a que já o ano passado aqui me referi e onde pode encontrar comentários com testemunhos curiosos de quem já viveu essa experiência.

Nunca tive oportunidade de estar num país muçulmano por esta época, mas o que imagino ou ficciono irá estar aqui na forma de um conto, muito provavelmente na próxima quinta-feira.

Aos amigos muçulmanos que conheço, faço votos de um Bom Ramadão!

segunda-feira, outubro 03, 2005

רֹאשׁ הַשָּׁנָה - Rosh Hashanah

Hoje, ao pôr do sol, os judeus irão reunir-se nas suas comunidades e templos em comemoração do Ano Novo Judaico, o ano de 5766.
O novo ano começa amanhã, no 1º dia do mês de Tishri.

Saudando Nuno Guerreiro, autor do blog Rua da Judiaria, remeto-vos para uma muito bela citação do Talmude (clique aqui), ilustrada com uma reprodução de uma esplêndia pintura de David, o célebre pintor do neoclassicismo francês.

Ao Nuno e a todos os meus amigos judeus, faço votos de um Bom Ano Novo!

domingo, outubro 02, 2005

Eclipse

© Observatório Astronómico de Lisboa
Observatório Astronómico de Lisboa

Amanhã (segunda-feira), terá lugar um eclipse anular do sol, em rota pelas regiões do Norte de Portugal. A designação de anular é atribuída porque a sombra da lua, projectada sobre o Sol, não fará uma cobertura completa, deixando um anel luminoso como na figura acima.

Ele será avistado na nossa região (Algarve), com uma grandeza de cerca de 84%, na sua maior fase, por volta das 09h55, com início às 08h39 e término às 11h19.
Proteja os seus olhos, ou algum outro mecanismo que utilizar para a observação ou registo do fenómeno, do perigo da radiação solar.

Clicando na imagem acima, um link que lhe está associado, direccionado para o Observatório Astronómico de Lisboa, permitir-lhe-á obter informações mais detalhadas.

Amanhã também, pelas 11h27, pouco depois do fim do eclipse, será tempo de Lua Nova, referência para a contagem dos meses e dos anos dos calendários islâmico e judaico.