رَمَضَانْ (Ramadân)
Hoje, os muçulmanos entram no 1º dia do mês de Ramadão, do ano 1425 da Hégira.
Nunca estive num país muçulmano em tempo de Ramadão, mas sempre pensei que seria um autêntico mergulho no desconhecido viver numa cidade que descansa e jejua durante o dia e que sai para a rua à noite, para trabalhar, alimentar-se e divertir-se; numa autêntica inversão das nossa rotinas.
Como os meses muçulmanos vão recuando no tempo, porque o seu ciclo é lunar (mais curto que o solar), talvez um dia o Ramadão coincida com uma época em que me possa disponibilizar para uma viagem.
Já que em 2005 o Ramadão se aproximará do início de Outubro, em 2006 já estará em Setembro. Talvez então viaje, em 2006 ou 2007. Quem sabe se mesmo em 2005!?
Por aí, não há curiosidade?
sexta-feira, outubro 15, 2004
Ramadão
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6 comentários:
Por mero acaso, quase sempre que estive em países muçulmanos era Ramadão. Aconteceu na Síria, na Turquia, na Jordânia, no Egipto, em Marrocos e em países que, não sendo propriamente muçulmanos, têm uma ligeira maioria populacional muçulmana, como o Líbano. O Cairo é realmente impressionante no Ramadão a quantidade de gente nas ruas às duas da manhã, tanta, que é difícil caminhar.
Conheci uma cachopa que viveu no Bangla Desh durante vários anos. Ele contava que no Ramadao os restaurantes estavam todos fechados ‘a hora de almoco; quando chegava o por-do-sol havia grandes jantaradas. Mas a festa era so’ mesmo no ultimo dia do Ramadao. Nessa ocasiao celebra-se o Hidul-Fitr (acho que e’ assim que se escreve).
Não tinha curiosidade (porque não tinha pensado nisso), mas agora aguçou-se. Só tenho presenciado as dificuldades que um muçulmano sente em cumprir os seus preceitos religiosos numa cultura ocidental.
No Cairo foi impressionante ver como as pessoas respeitavam o Ramadão. A descida do Nilo de barco também; quando o sol adormecia era um espectáculo ver todos os trabalhadores a desaparecerem e os jantares eram sempre servidos mais tarde! O nosso guia apesar de egípcio não seguia o Ramadão mas fez-nos notar certas pequenas coisas e modos que, de outra forma, nos teriam passado ao lado.
Já estive várias vezes em países muçulmanos durante o Ramadão e posso dizer que é uma experiência que todos devíamos ter, pelo menos uma vez na vida. De todo o lado exala uma paz, uma espiritualidade que é difícil descrever. Nesses momentos percebemos que milhões de pessoas estão mais perto de Deus - pelo menos assim o pretendem.
São dias de grande sacrifício físico mas de uma dádiva espirutual única. Mesmo não fazendo o Ramadão respeito-o com toda a dignidade que os muçulmanos que o fazem me merecem.
Há uma partilha de Deus, seja ele qual fôr, quando ricos e pobres partilham o nada (nem comer, nem beber, nem fumar). Pensemos que há milhões de crianças, homens e mulheres que são obrigados a fazer este jejum permanentemente pois nada têm para comer ou beber. Pensemos nos nossos excessos e nos nossos desperdícios...
Conceição
Obrigado pelo seu testemunho. Sou ateu, mas a espiritualidade de que fala não me é estranha. Sensibilizou-me quando fala da partilha do nada e me fez reflectir sobre os nossos excessos, os nossos desperdícios, o nosso consumismo e até a dignidade dos que se assumem nas suas convicções.
Um abraço.
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