segunda-feira, dezembro 20, 2004

Nova ausência

© António Baeta Oliveira

Nova ausência. Esta, um pouco mais prolongada.

Pode acontecer que ainda nos vejamos este ano. Caso contrário, cá nos encontraremos no novo ano de 2005.

Um abraço e votos das melhores venturas!

P.S.

Enquanto vou e volto, acrescento mais um arquivo de textos, sobre Silves, que aqui fui escrevendo ao longo do ano de 2004.


Aqui, longe, onde me encontro, foi com prazer que recebi esta prenda da Helena, de Linha de Cabotagem.


sexta-feira, dezembro 17, 2004

O Douro, o Porto e Serralves

© António Baeta Oliveira   © António Baeta Oliveira   © António Baeta Oliveira

Foi bom voltar a subir a marginal, junto ao Douro. Foi bom rever o Porto.
O tempo encurtou com a ida a Serralves e pouco fruímos a cidade.

© António Baeta Oliveira




Serralves é cúmplice do silêncio que suscita e Paula Rego e a sua exposição prendeu-nos e enredou-nos nas suas pequenas histórias, nas suas memórias recheadas de sexualidade, na ironia das alusões, nas imagens e mitos que evoca e com os quais nos surpreende.


 


quarta-feira, dezembro 15, 2004

Por terras do Baixo Tâmega

© António Baeta Oliveira
O Tâmega, em Vila Boa do Bispo

Um dos grandes méritos deste passeio com o meu irmão foi o do regresso a estas terras do Baixo Tâmega, onde nasceram meu pai e meus avós.

    © António Baeta Oliveira
    Uma sede feita de saudade

    Foi o retorno aos prazeres simples da infância e da adolescência, nas férias de Verão, que então se prolongavam Setembro adentro, até às vindimas.


      © António Baeta Oliveira© António Baeta Oliveira© António Baeta Oliveira

      Foi o encontro com as memórias da antiga oficina, do trabalho do meu tio e primos no manejo do duro ferro, do qual faziam surgir resistentes utensílios de trabalho e outras aplicações, quando não elegantes volutas e intrincados rendilhados, produzidos com o suor dos corpos e o calor da forja.

      Foi a saudade da velha fonte, dos passeios pelo fim de tarde em estreitos carreiros de sombras e de folhas secas, a anunciar o Outono.

      Foi o aconchego da família e o prazer de uma tradicional refeição, feita de alegria e amizade, em torno da mesa de jantar.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Ao meu irmão Fernando

O Fernando é um dos meus irmãos e vive na Escócia, pertinho do frio Mar do Norte. Tencionava vir por esta altura a Portugal e, como portista que é, escolheu a ocasião do Porto x Chelsea. Convidou-me para um passeio que aceitei com agrado.

Foi bom vê-lo feliz com a vitória da sua equipa.

© António Baeta Oliveira© António Baeta Oliveira© António Baeta Oliveira

Ele regressou e eu fiquei a lamentar não termos ido ao Japão, mas afinal a nossa presença não foi necessária. ;-)

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Actividade marítima ao tempo da civilização do Al-Ândalus

Astrolábio árabe, séc. XIII, Museu de História da Ciência, Oxford, © António Baeta Oliveira
Astrolábio árabe (séc. XIII)

Foi na sequência da fotografia do morabitino do post anterior, que me propus utilizar esta outra, também tirada na mesma ocasião.
Fica a ilustrar esta sugestão de leitura do texto de uma conferência do Prof. Doutor Christophe Picard (Universidade de Saint-Etienne, França), sob o título "Shilb e a actividade marítima dos muçulmanos no Oceano Atlântico".

Contém variadas menções a referências históricas à cidade de Silves, entre as quais o episódio da embaixada de Al-Ghazal junto dos Vikings, em representação da corte Omíada de Córdova e descreve Silves, o seu porto e os seus estaleiros de construção naval, como "um dos elos fundamentais para o desabrochar da navegação muçulmana no Oceano Atlântico".

Aqui fica uma breve citação:

  • Com efeito, Silves foi, na órbita de Sevilha, e tal como Huelva/Saltes, Faro, Alcácer do Sal ou Lisboa, um dos portos onde se enraizou toda uma vida marítima feita de comércio, de pirataria ou de actividades navais "oficiais". Esta animação pode ser evocada em dois sentidos. Por uma lado, um certo número de factos político-militares tiveram Silves por palco, permitindo dar a conhecer, mesmo que de forma incompleta, a evolução marítima da cidade; a maior parte das fontes é conhecida, mas pouco utilizada neste sentido. A outra fonte de informação refere um âmbito mais alargado, recolocando a evolução marítima de Silves no quadro geral da expansão da navegação atlântica.



sexta-feira, dezembro 03, 2004

Curta ausência

Irei ausentar-me por alguns dias.

Deixo-vos com uma fotografia que há algum tempo tirei no Ashmolean Museum, em Oxford, e que reproduz a imagem de um morabitino de D. Sancho I, uma valiosa moeda em ouro maciço (a nº 58 da colecção).

      Morabitino de D. Sancho I, Ashmolean Museum, Oxford, © António Baeta Oliveira

                Morabitino de D. Sancho I
          Se clicar na imagem obterá uma ampliação de um
          morabitino semelhante, com a devida vénia a
              http://moedamania.planetaclix.pt

A cunhagem de moeda era, ao tempo, uma importante forma de divulgação e publicitação da imagem do poder, e a utilização do morabitino de ouro (que reproduzia o modelo e o valor da moeda muçulmana) representava também, de certo modo, a afirmação de uma capacidade económica que se faz equivaler à da economia da civilização do al-Ândalus, ainda dominante, e que se prolongaria por mais algumas décadas depois da 1ª conquista de Silves por D. Sancho I, em Setembro de 1189.


quinta-feira, dezembro 02, 2004

A Padaria da Cooperativa

Padaria da Cooperativa, © António Baeta Oliveira, Agosto 2002

Aconteceu que andei a tirar fotografias à Padaria da Cooperativa (Cooperativa Operária "A Compensadora"), na tarde da passada sexta-feira, com a intenção de alertar para a necessidade de uma intervenção autárquica, no sentido de vir a considerar este edifício como de interesse municipal, quando, de regresso a casa me deparo com uma convocatória da cooperativa onde se refere o interesse da autarquia em adquirir o edifício.

É de facto um edifício notável, pela originalidade da sua planta (hexágono irregular, aparentando um pentágono), a sua inserção no cruzamento das ruas, sem conflitualidade,...
Padaria da Cooperativa, © António Baeta Oliveira, Novembro 2004 ... a harmonia das formas, a sua elegância e equilíbrio, os materiais utilizados, os elementos decorativos do telhado, a sua finalidade e a sua marca na história urbana da cidade.

Seria um enorme atentado se viesse a sofrer alterações no seu traçado e não viessem a ser respeitados alguns dos materiais que constituem o seu carácter único e insubstituível.

Recordo com prazer o encanto manifesto do Mestre Lagoa Henriques, num dia em que visitou Silves a convite da Escola Dr. Garcia Domingues (ao tempo ainda não tinha o nome do seu actual patrono), perante este mesmo edifício.

Eu iria só propor o imóvel como de interesse municipal, mas assim fica melhor defendido, como património municipal.
Parabéns pela decisão.