quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Ballet na Second Life (SL)

Surpreendente e inédito, são os dois adjectivos que escolho para qualificar esta original experiência de tentar reproduzir virtualmente a beleza do expressivo movimento do bailado.

Ballet Olmannen na SL, 1º actoSó um trabalho de experientes profissionais conseguiria erguer este belo cenário de neve (1º acto) e orientar os movimentos dos bailarinos em cena, alguns deles também profissionais na vida real.

É um pouco maior esta imagem do 2º acto...

Ballet Olmannen na SL, 2º acto

... exactamente porque quero fazer notar a excelente coordenação do movimento das duas bailarinas em cena, em segundo plano, para vos solicitar um pequeno esforço para imaginar o significativo número de horas de trabalho que poderão estar na base da execução de um simples movimento como este.

Olmannen - título do ballet - é um trabalho original de Inarra Saarinnen, que escreveu, coreografou e dirigiu este primeiro Ballet na SL.

Ballet Olmannen na SL, 3º acto
Alazarin Mondrian, compôs os belos e intensos trechos musicais que são o suporte do trabalho dos intérpretes, mas que não posso aqui reproduzir.

Esta imagem do 3º acto foi obtida já na parte final, com os artistas em pose de agradecimento, a que se seguiu uma fase de comentários e de satisfação dos pedidos de esclarecimento do público, numa interacção muito enriquecedora para a compreensão do esforço e da experiência profissional necessários para erguer esta obra que aqui tenho o privilégio de divulgar.

Notas:
- Second Life é um ambiente virtual, acessível na Internet em www.secondlife.com e que conta já mais de 4 milhões de utilizadores.
- Uma anterior referência a Second Life já aqui foi colocada neste blog, em - Uma vida virtual com gente real
- Para quem frequenta a SL aqui deixo o endereço do Second Life Ballet Theater - Quat (45, 19, 108)
- Uma última nota para o site do Ballet - www.slballet.org - e para a música de Alazarin Mondrian, o compositor de Olmannen.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Turismo também é saber receber

Caravanas junto ao rio, Silves, Fevereiro de 2007, © António Baeta Oliveira


Silves é procurada ao longo do ano, com regularidade, por turistas como o da fotografia, que aqui ficam por alguns dias, junto ao rio.
A procura é reveladora de alguma atracção pela cidade, mas devem lamentar-se da ausência de um local onde possam aceder à água necessária para cozinhar e para a sua higiene pessoal, de fossas ou latrinas para escoar os seus detritos. Devem até, eventualmente, ferir alguns dos seus hábitos sanitários ou de protecção da natureza, quando se vêem compelidos a ter que deitar os seus restos de comida, as suas urinas e fezes para alguma zona descampada ou até mesmo para o rio.

Na ausência de qualquer iniciativa privada, no sentido da construção de um parque de caravanismo ou campismo, creio que não seria descabido, à administração da cidade, proporcionar um espaço onde estas necessidades dos caravanistas pudessem ser satisfeitas e onde mecanismos modernos de controlo automático poderiam cobrar pelo serviço prestado.

Fica a sugestão, mas convém que se lembrem de actuar antes que o novo parque de lazer, sobre o rio, fique terminado, porque então irá haver conflito com os utentes do parque ou os que queiram usar as zonas reservadas ao estacionamento automóvel.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A Quaresma

Capela dos Ossos, Alcantarilha, concelho de Silves, Novembro de 2006, © António Baeta Oliveira


  • Na sequência da permissividade consentida pelo Carnaval vinha a Quaresma, um período de 40 dias de jejum e abstinência que culminava na Páscoa. A ideia central que presidia a toda a Quaresma era a da Morte, a que se seguia a Ressurreição.
    A Morte é o grande tema de todas as religiões. Sem a Morte para que serviriam as religiões ou a crença em Deus?!

    Que percentagem dos 90% dos portugueses que ainda se dizem católicos se lembrará de que a Quaresma começou? Que percentagem de todos os portugueses saberá o que é a Quaresma?

    A Quaresma era há uns anos atrás, quando eu era criança, um tema bem presente na sociedade e nos costumes. Hoje passa ao lado da grande maioria.
    A Igreja vai perdendo a sua influência na sociedade e a que ainda mantém segue pela via das cerimónias e dos rituais associados aos casamentos e aos funerais.
    O Natal já quase não é uma festividade religiosa, mas sim uma festa consumista, e a Páscoa sai à rua com as procissões, como uma manifestação cénica; se não fosse a sequência dos feriados, a proporcionar o encontro das famílias dispersas pelas grandes urbes, o São Valentim, que não sei o que terá a ver com os namorados, ou o Dia da Mulher, que mais parece o dia do mulherio, poderiam vir a ganhar maior repercussão.


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Recordando uma antiga fotografia comentada - O ocaso da Serra de Silves? (clique) - na sequência dos grandes fogos florestais de 2003, publicada em 22 de Setembro desse ano.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Mais um motivo para beber

Grade de Mines, Silves, Carnaval, Fevereiro de 2007


A insistência nesta teimosia de todos os anos brincar pelo Carnaval, como há anos o faz um certo grupo de amigos de Silves, onde me incluo, já merece referência neste meu blog.
É um dia inteiro de Sábado reservado à aquisição dos materiais e à confecção da fantasia, culminando, noite dentro, pelo desfile e visita a bares e cafés.
O "Nosso Bar", do Pedro Nuno, onde terminámos a noite, dá indicações sobre o tema, e nós, fielmente, tentamos interpretá-lo à nossa maneira. O tema de sábado foi barbecue e resolvemos responsabilizar-nos pelas bebidas.
Aqui fica o registo.
Segunda à noite há mais Carnaval!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Eutanásia

Agora, que passou o período de discussão e decisão sobre o sentido de voto no referendo de domingo, deixai-me que pergunte:

  • Que ordem de razões poderá impedir que uma pessoa, em plena consciência e numa situação limite de uma doença terminal, possa decidir sobre a sua própria vida, requerendo uma eutanásia em condições dignas de um ser humano?


Num Estado laico não deve haver lugar a pressupostos religiosos e não vejo que outros pressupostos possam justificar o sofrimento, a dor, a degradação humana.

Nota:
Proponho que visitem um outro local deste blog, aonde já abordei esta temática, servindo-me do testemunho do realizador espanhol Amenábar, no seu filme Mar Adentro.

Lembro também Million Dollars Baby, de Clint Eastwood.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O antigo Matadouro abriu ao público

Ex-Matadouro Municipal, Silves, 11 de Fevereiro de 2007, obtida com a câmara do telemóvel de © António Baeta Oliveira


Aproveitei a ida às urnas e visitei, nas proximidades da minha secção de voto, a exposição do Arqº José Alberto Alegria, patente no restaurado espaço do antigo Matadouro Municipal.
É, de facto, um trabalho muito cuidadoso e de muito bom gosto aquele que tive ocasião de visitar. É um casamento quase perfeito entre o que se expõe e o local onde é exposto.

É certo que o edifício do antigo Matadouro já revelava traços de um certo revivalismo mudéjar, mas, se eu não o soubesse, perguntar-me-ia sobre o porquê daqueles arcos de ferradura, daqueles frisos em estuque, das abóbadas, dos azulejos, dos jardins, dos repuchos de água, das cores, dos materiais, da estética e decoração do local? Não bastaria algo que lembrasse a memória do edifício? Porquê tanta insistência na estética islâmica do interior?

Ah! É que este edifício foi restaurado com o financiamento de fundos comunitários, na ordem dos 820 580 euros, para sede do CELAS (Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves), com a finalidade de ali desenvolver "... eventos culturais que derivam dos objectivos estatutários deste Centro de Cultura Luso-Árabe...", como refere a Memória Descritiva do Projecto, aprovado pela Câmara em 5 de Janeiro de 2000 e executado pelo Arqº Alegria.

Ah! - perguntaria eu, se não o soubesse - então este espaço é a sede do CELAS (Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves)?

Não! - direi eu, porque o sei - este espaço, que agora se intitula de Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica, está a ser indevidamente utilizado pela Câmara, enquanto decorrem processos em Tribunal e na Comunidade Europeia, porque o dinheiro atribuído foi desviado das suas funções pela Câmara Municipal de Silves.

Meus caros. Quer se queira, quer não, o apoio comunitário foi dado para que o edifício restaurado viesse a ser a sede do CELAS (Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves) e isso não está a acontecer.

Escusado será dizer que, propositadamente, não estive na inauguração, mas não me coibi de visitar, no dia seguinte, o local e a exposição ali patente.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

As crianças têm direito à felicidade

Brincando com a Roda, Cacela, Verão de 2006, © António Baeta Oliveira


  • Nem todas as crianças crescem felizes.
    Há as que não nascem em condições que lhes garantam a igualdade de oportunidades.

    Quem, melhor do que a mulher, poderá decidir sobre uma gravidez que não deseja?
    Quem, melhor do que ela, junto do seu ciclo mais próximo de amigos e familiares ou de pessoal de apoio médico e psicológico especializado, pode avaliar das suas próprias condições para vir a criar uma criança feliz?

    É da condição humana sermos pessoas, com livre arbítrio, e não meros indivíduos, sem capacidade de decisão sobre a sua vida.


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Recordando uma antiga fotografia comentada - Em Cacela, sobre a mais formosa ria (clique) - publicada em 16 de Setembro de 2003.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Falta de chá

Extraído dos jornais, mais exactamente do "Barlavento":


  • Isabel Soares participa em ritual ancestral do chá

    Isabel Soares, presidente da Câmara de Silves, vai participar, amanhã, sexta-feira, numa degustação de chás preparados com plantas medicinais da região, que terá lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Silves, às 17 horas

    A prova dos chás será feita de acordo com um ritual ancestral do chá e tendo em atenção uma fase lunar, que tem o seu apogeu esta sexta-feira, às 17h45.
    Zélia Sakai será a responsável pela apresentação do ritual.
    A entrada é livre.


Que me perdoe a Zélia Sakai contra quem nada tenho, no aspecto pessoal ou no que se refere ao seu ritual do chá, no qual poderia participar, com o maior à-vontade, sobre a praia, na serra, em qualquer esplanada de café ou até numa sala de espectáculos, com a lua em apogeu ou perigeu, cheia, nova ou em qualquer outra fase; de preferência quando o seu enquadramento nos convida à fruição do olhar, à contemplação da beleza e nos proporciona, e aos que nos rodeiam, aquela saudável e doce sensação de bem-estar pessoal.

Mas muita falta de chá ou falta de equipamentos mais apropriados, parece ter a nossa Presidente, Isabel Soares, para realizar tal "ritual do chá", com ou sem plantas da região, no Salão Nobre dos Paços do Concelho e fazer questão de estar presente, dando exemplo, usando o Salão Nobre como se fosse um espaço de fait-divers e divertimento social.
A nobreza do Salão Nobre reside na sua qualidade de Sala exemplar de todos os munícipes, de todos os cidadãos residentes no concelho de Silves, e o que ali se realiza deve ser exemplar: o compromisso mal equilibrado entre um chic "chá das cinco" e um ritual de estilo pagão, não me parece ser exemplo que de algum modo possa contribuir para a melhoria do modo de vida dos cidadãos, ou do que quer que seja.
Sra. Presidente, é da sua competência gerir o Salão, com critério, mas não ao sabor da última moda ou das necessidades da ocasião.
E é escusado dizer-se que a entrada é livre: o Salão Nobre é nosso e, quando se abrem as suas portas, só a sua lotação pode justificar qualquer impedimento à entrada dos cidadãos, como acontece em qualquer lugar público.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Reflexos de outros reflexos

Reflexo da Ponte sobre sobre o Gilão, em Tavira, Verão de 2006, © António Baeta Oliveira


  • O que do mundo envolvente nos chega, através dos sentidos, é sempre o reflexo frágil, ténue, dissimulado, de algo a cuja aparência chamamos realidade.
    E a realidade, para cada um, é sempre o reflexo da sua própria perspectiva.
    Haverá uma "realidade", seguramente, mas a REALIDADE, a definida, de letra maiúscula, essa, não existe.


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Recordando uma antiga fotografia comentada - Em conversa com o Torreão da Porta da Almedina
(clique) - publicada em 10 de Setembro de 2003.