quarta-feira, setembro 29, 2010

Arte contemporânea em espaço arqueológico


Visitei no domingo a exposição  DEZ MONUMENTAIS ESCULTURAS BRITÂNICAS, no espaço do Museu e Estação Arqueológica do Cerro da Vila, em Vilamoura, no Algarve.




Convivendo com as ruínas arqueológicas, a envolvência de uma zona arborizada e a proximidade do tecido urbano, dez monumentais peças escultóricas da Coleção Berardo foram dispostas ao ar livre numa atmosfera que se enriquece e enriquece as obras de escultores como Henry Moore, que já conhecia numa situação que muito se assemelha a esta, nos Kew Gardens, em Londres e a que aqui (clique) fiz referência.



São dez obras de 10 artistas com apostas diversas, mais ou menos figurativas, mais ou menos abstratas, mais ou menos desafiadoras de um outro olhar sobre os (pre)conceitos que temos a propósito da arte e, no caso presente, da escultura.

Esta é uma peça móvel, com movimento rotativo da base e ainda de rotação de uma peça anexa - Ace of Diamonds III - da autoria de Lynn Chadwick.



Também eu quase rodei a toda a sua volta.

Outras fotos que bati durante a visita a esta exposição podem ser acedidas em Vilamoura -  Contemporary Art (clique), o que não dispensa de todo a visita ao lugar; o que aconselho vivamente.






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terça-feira, setembro 28, 2010

Descubra o 10:10



Descubra o que é o 10:10 (clique) e venha connosco reduzir em 10% ao ano as emissões de dióxido de carbono que são da nossa própria responsabilidade.

Eu já sou o aderente nº 90 063, mas consigo e a sua partilha seremos muitos mais.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Postais com poemas (XXII)



A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.

Aqui os trago, paulatinamente, a cada segunda-feira.

IV Bienal de Poesia de Silves, postais

  • três minutos não têm vermelhos
    são um coração
    muito bem desenhado (...)

quinta-feira, setembro 23, 2010

Do Reino à Região - Cidade e Mundos Rurais


Quando no fim-de-semana passado me desloquei a Cacela Velha, para participar no "Poesia na Rua", apontei primeiro a Tavira no intuito de visitar a exposição com o título em epígrafe. Esta é mais uma das que integram a grande exposição coletiva da Rede de Museus do Algarve, identificadas pelo título comum de - Do Reino à Região.


Em devido tempo escrevi, neste mesmo blogue, sobre as exposições de São Brás de Alportel e Silves: a primeira sobre o trajo e o Algarve do Séc. XIX  - Sombras e Luz - a segunda sobre a sociedade islâmica que nos antecedeu - Do Gharb ao Algarve. Visitei em finais de Agosto a exposição de Vila Real de Santo António, sobre o urbanismo iluminista desta cidade, mandada construir pelo Marquês de Pombal. Não escrevi sobre ela logo na altura e perdi um pouco a ocasião propícia. É uma exposição de rua, pois o motivo está ali à vista de todos. O catálogo, já publicado, é um ótimo apoio para todos os que visitem a cidade.

Cidade e Mundos Rurais é um debruçar sobre o território de Tavira, um território onde a cidade é o elo de união entre o mar e a serra.

A sala que se sucede à sala de entrada, de visionamento de um vídeo sobre a própria exposição que nos preparamos para visitar, é um belo e detalhado documento que nos ajuda a entender a dinâmica da região.
Comentado por geógrafos, historiadores, um arquiteto, um sociólogo e um professor de Educação Musical, o vídeo habilita-nos então a percorrer a exposição com uma visão prévia e integrada do todo, bem como a ponderar alguns assuntos que anteriormente assumíamos como indiscutíveis e que nos levantaram interrogações. É bom ser questionado. Enriquecemos sempre que tal acontece.

O catálogo, já publicado, é um documento imprescindível para quem quiser entender os sucessos e os infortúnios da nossa economia rural e um apoio ao estudo de qualquer projeto de viabilização de uma agricultura e de uma economia que aspirem a algum sucesso.

terça-feira, setembro 21, 2010

Cacela Velha acolheu "Poesia na Rua"



A uma tarde de sexta-feira não se pode esperar grande aglomeração de gente e mesmo a um sábado, perante um programa tão vasto e diversificado, para muitos houve que escolher a hora que mais lhes convinha ou mais despertava o seu interesse.
Creio poder afirmar que as tardes foram para os já iniciados nestas andanças da poesia e dizer que o número de presentes ultrapassou as minhas expetativas.

O momento mais enriquecedor aconteceu-me na sessão da tarde de sábado, numa mesa redonda onde o debate se centrou sobre "a poesia como deslocamento" e que a fotografia abaixo documenta.

Da esquerda para a direita José Carlos Barros, Juan Andrés Garcia Román, Luís Filipe Cristóvão, José Mário Silva e valter hugo mãe.
Foram lidos poemas e o debate, conduzido por Luís Cristóvão, revelou quatro diversas perspetivas.

Teresa Rita Lopes (na foto à direita), proferiu duas "aulas de poesia" (sexta e sábado), percorrendo a poesia portuguesa desde a de expressão provençal até Fernando Pessoa e outros poetas futuristas, incentivando os presentes à declamação de poemas que soubessem de cor, estabelecendo-se um vivo e interessante diálogo.

Também estive presente, com Ahmed Tahiri (da Fundação al-Idrisi e autor da publicação - Cacela e o seu poeta Ibn Darraj al-Qastalli),  numa sessão sobre a poesia do al-Andalus.
Foi muito agradável ter sido abordado, no final, por Teresa Rita Lopes, que me disse ter gostado muito do que ouviu e que lhe tinha despertado a vontade de aprofundar o seu conhecimento da poesia dessa época.

A Fundação al-Idrisi foi também responsável por parte do serão da noite de sábado, com "Cantares do pôr-do-sol".


A música andalusina, levada para o Norte de África pelos expulsos de Granada, repercutiu-se na noite de Cacela, na limpidez da voz da jovem Zainab Afailal e na primorosa execução de Fahd Ben Kiran, no seu alaúde. O flamenco de Pepe Vela despertou as emoções dos que enchiam por completo o espaço onde o concerto teve lugar.

Na noite anterior também Janita Salomé encantou com a sua música de expressão mediterrânica, enchendo a Igreja de gente que escutava o seu cantar.

Mas o momento que mais justificou o título desta iniciativa da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António - "Poesia na Rua" - aconteceu na noite do encerramento, com o Largo da Fortaleza repleto de gente, escutando os poetas convidados e todos os que se quiseram inscrever, em declamações sucessivas, que a Banda Filarmónica saudava após a audição de cada poema declamado, a que se lhe seguia o lançamento de um petardo.

Aí, à noite, a poesia foi de todos, como pelas manhãs tinha sido das crianças.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Postais com poemas (XXI)


A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.

Aqui os trago, paulatinamente, a cada segunda-feira.

IV Bienal de Poesia de Silves, postais

  • poder-vos-ia contar da tarde
    no café
    da força realista das mesas
    e das cadeiras, os corpos, copos
    vozes, o que fosse
    mas para dizer nada
    prefiro dizer (...)

quarta-feira, setembro 15, 2010

"Poesia na Rua" em Cacela Velha


(Pode ampliar com um clique na imagem)

Informe-se sobre o programa (disponível aqui). Consulte a 2ª página.
Espero encontrar-vos por lá.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Postais com poemas (XX)


A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.

Aqui os trago, paulatinamente, a cada segunda-feira.

IV Bienal de Poesia de Silves, postais
  • Para que serve a poesia?, perguntas. Uma das
    respostas está na forma como o destino do humano
    se projecta na necessidade de absoluto que surge
    num rosto, para além das circunstâncias, quando
    a palidez imprime o vazio do tempo. (...)

quinta-feira, setembro 09, 2010

Porquê, Jean-Luc Ponty no Castelo de Silves?



Na foto, batida com o telemóvel, de fato não se nota a presença de Jean-Luc, mas esse não é o motivo para a interrogação do título.

É importante afirmar que também me satisfaz que o Castelo de Silves possa servir,  pelo seu soberbo enquadramento, para espetáculos desta natureza, de elevado mérito, e com lotações aceitáveis e pouco invasivas do espaço, como foi o caso.

Confesso que tive alguma dificuldade em entrosar-me com o violino, pelo pouco que estou a habituado ao seu timbre em audições de jazz, mas fiquei completamente rendido à versatilidade do intérprete e à sua excelente banda. Uma noite memorável!

Pena foi que a instalação do palco não tivesse levado em conta o lugar onde o concerto iria acontecer e esse é o motivo para a interrogação do título. Porquê vir ao Castelo de Silves, para esconder por detrás do palco aquilo que justifica  a vinda do concerto a este lugar?


Houve certos momentos em que o torreão se avistou, e aí sentiu-se algum rumor de exclamações em surdina, em manifestação de apreço pela beleza das muralhas. Mas foram breves momentos, logo interrompidos pelos holofotes e pelo jogo de colorações várias, que parecem merecer maior valor do que o recorte dos merlões dessa muralha de pedra vermelha como não há outra no mundo e cujo enquadramento Jean-Luc e a sua banda bem teriam merecido por mais tempo.

Se não fosse por isso bem podiam ter dado o concerto noutro lugar qualquer. Porquê, Jean-Luc Ponty no Castelo de Silves?

terça-feira, setembro 07, 2010

Silves e o Algarve na História Contemporânea


SILVES E O ALGARVE: uma história da oposição à ditadura, é o título de uma recente publicação das Edições Colibri, cujo lançamento teve lugar na Biblioteca Municipal de Silves, em sala repleta de um público atento às palavras da autora - Maria João Raminhos Duarte.

Foto de telemóvel

O livro é, no fundamental, a tese de doutoramento de Maria João. O público era, no fundamental, para além dos interessados pela história e cultura locais, constituído pelos familiares e até por vários protagonistas dos acontecimentos cujos relatos ali foram evocados.

Além de uma introdução que remonta aos tempos finais das lutas entre liberais e absolutistas e ao despontar em Silves da indústria corticeira, o livro cobre a história da cidade, nomeadamente a história da oposição à ditadura, desde 1926 e do golpe militar de 28 de maio até 1958 e às eleições presidenciais, com Humberto Delgado.

Uso as palavras de Maria João Duarte para me referir à importância desta publicação:

  • «Compreender Silves pelo seu passado é, presentemente, um instrumento de desenvolvimento para o qual me propus contribuir. A identificação dos silvenses num espaço e história comuns deverá proporcionar e provocar o desejo de investigações futuras sobre o seu passado e sobre a cultura desta cidade, antes que se perca a memória que ainda perdura. O futuro desenvolvimento de Silves e do Algarve passa, sem dúvida, também pela compreensão, em todas as suas dimensões, da sua identidade histórica e desta importante herança política aqui retratada, parcela fundamental do nosso património histórico, social e  cultural. (...)

segunda-feira, setembro 06, 2010

Postais com poemas (XIX)


A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.

Aqui os trago, paulatinamente, a cada segunda-feira.

IV Bienal de Poesia de Silves, postais

  • não quero mais a flor nem a palavra
    quero a raiz
    ou o silêncio da terra

quinta-feira, setembro 02, 2010

Suspensos, como no sono



Ah! Se nos pudéssemos suspender assim, como durante o sono, e saber que ao acordar os pés encontrarão o skate na posição desejada.