segunda-feira, abril 07, 2014

Os balaústres






Os balaústres são elementos arquitetónicos perfeitamente dispensáveis; a sua utilização é meramente decorativa.


Na foto acima em vez dos balaústres poderia haver um simples muro, com decoração, ou tão somente  essa mesma abertura, cujo vão poderia ser suportado por outro elemento arquitetónico, sem recurso ao balaústre.



Mas o balaústre é um elemento simpático, elegante, não só na forma, como também na natureza dos materiais comummente utilizados. Daí a sua frequente utilização ao longo dos tempos. 



Em Silves, se olharmos com atenção vê-los-emos com frequência em edifícios de várias épocas e tendências estilísticas.



A política, mais no sentido da jogo partidário, do que propriamente no seu sentido etimológico, usa demasiados balaústres; quero significar, como descrevi acima, elementos meramente decorativos.



Esses balaústres políticos assumem o poder, que deveria ser exercido por políticos capacitados para gerir a vida em sociedade, como fantoches, elegantes, que se colocam em lugares que necessitam de ser preenchidos para um determinado desempenho, mas que só lá estão para fazer figura, como os balaústres da arquitetura, para suportar um vão.



Preenchido o lugar, fixam-se por tanto tempo quanto possam, iludindo com a sua aparência os que confundem a política com o futebol, apoiando de olhos fechados o seu clube predileto e o treinador responsável, zangando-se quando os resultados não satisfazem, mas apoiando sempre o seu clube favorito.



E isto tanto se passa a nível nacional como a nível local.



Continuamos a votar nos "clubes" favoritos sem ter em conta as propostas, os projetos, a capacidade das pessoas que se propõem cumpri-los, sem ter em conta os balaústres que só lá estão para preencher as vagas necessárias, os vãos.


quinta-feira, abril 03, 2014

E não vai ser fácil, não.




Estrada rural, a montante da margem esquerda do Arade.


Onde nos conduz esta velha estrada, que simula dirigir-se ao céu?

Quis percorrê-la, devagar, como quem busca.

Encontrei quintas abandonadas, muros desfeitos pelo abandono, pela incúria e pelo tempo.

Vivemos numa sociedade que mudou. Mudou tão profundamente que já não há capacidade para manter uma propriedade como estas; e se porventura houvesse oportunidade para uma destas propriedades, já não haveria para as outras.

A sociedade mudou, mas as pessoas não mudaram com ela; desadaptaram-se.

E agora a desadaptação vai necessitar de uma mudança de paradigma, que esta nossa crise prolongada já prenuncia.

E não vai ser fácil, não.


terça-feira, abril 01, 2014

Última hora!




SILVES: Pormenor da fachada dos Paços do Concelho.



O coletivo da Câmara Municipal de Silves demitiu-se.

A Câmara viu-se desautorizada com as intervenções sucessivas da GNR sobre os caravanistas e decidiu por unanimidade demitir-se, provisoriamente, até que o Governo da República encontre uma solução que defina as responsabilidades que competem a cada um destes poderes.

Foi solicitada uma resolução que não ultrapasse o dia de hoje.