sexta-feira, setembro 29, 2006

A História de Silves em Medalhas (XIII)

  • História de Silves - 12
    Oitavo Centenário de Nacionalidade Portuguesa

    Após a proclamação da República, em 1910, Silves recebe o benefício de uma Escola Industrial e Comercial, dando à cidade uma nova vida. A indústria corticeira desempenha papel económico preponderante. Com a construção da Barragem do Arade, foi possível o rápido desenvolvimento de regadios, e abertura de viação rural. Nas últimas décadas, quase todo o concelho tem prosperado, surgindo grandes urbanizações, maior aproveitamento agrícola e novas infraestruturas, pavilhões gimnodesportivos e para feiras, escolas, museu, etc.

Nota final:
Termino assim esta viagem pela História de Silves, em medalhas. Embore desconfie de quem se trata, desconheço quem foi o autor destas sinopses, nada fáceis de conceber quando se aborda um período tão vasto de uma história tão cheia de factos e episódios importantes, como é o caso da história da nossa cidade. Os meus parabéns pelo seu critério e o meu obrigado pelo serviço que prestou, apesar de algumas incorrecções que aqui foram comentadas por leitor devidamente identificado.
Ao autor destas belas medalhas, Max Barroso, medalhista residente nas proximidades da cidade e na sua freguesia, também os meus parabéns e o meu obrigado.

Permitam-me que recorde que a ideia de colocar aqui estas medalhas partiu de um post que aqui escrevi e intitulei O Dia da Cidade.

quinta-feira, setembro 28, 2006

A História de Silves em Medalhas (XII)

  • História de Silves - 11
    Câmara Municipal

    Os "Homens Bons" de Silves reuniram, antes das Cortes de Santarém de 1383, na "Torre do Concelho", possivelmente a edificação, almoada, que protegia a Porta de Loulé ou da Almedina. Este dispositivo defensivo terá sido adaptado a sede da Câmara depois de D. Afonso III ter concedido foral à cidade (1266) e ostenta, sobre a porta, um escudo da 1ª dinastia. Perto encontravam-se o Pelourinho e a Cadeia. Um novo edifício inaugurado em 1891, cuja arquitectura interior oferece alusões neo-árabes e onde se encontra instalada a Câmara, foi mandado construir pelo industrial Salvador Gomes Vilarinho.


quarta-feira, setembro 27, 2006

A História de Silves em Medalhas (XI)

  • História de Silves - 10
    João de Deus

    Poeta lírico, nasceu em São Bartolomeu de Messines, em 1830.
    O seu primeiro livro de poesias, "Flores do Campo", foi editado em 1868. Um ano depois era eleito deputado por Silves. A sua Cartilha Maternal, de 1876, foi declarada Método Nacional de Leitura em 1888. Teófilo Braga reuniu as suas poesias em "Campo de Flores" (1893).
    Foi objecto de expressiva homenagem nacional em 1895. No ano seguinte falecia em Lisboa e foi sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.


terça-feira, setembro 26, 2006

Os Dias de... faz de conta (II)

As Jornadas Europeias de Património também passaram por aqui.
Faz tempo que os painéis informativos da Câmara apresentavam aquela indicação, a que se seguia um número de telefone de contacto, para quem quisesse conhecer o que tencionava a autarquia realizar a tal propósito.
Desinteressei-me.
Sei que li depois, não recordo onde, mas num qualquer órgão da imprensa regional, que as crianças seriam convidadas a desenhar algumas das referências patrimoniais da cidade (creio que não abrangia o concelho).
"Criança sofre!"
E além das crianças, sempre solicitadas desde as primeiras experiências da pré-primária até ao 12º ano (se vierem a prosseguir estudos na área das artes), a desenhar esses referenciais da memória local, sofrem também os monumentos em causa.

O Castelo, monumento nacional, tem o seu interior completamente às avessas, com obras paradas que duram há anos.
A , monumento nacional, faz tempo que necessita de uma pintura e de alguns arranjos nas estruturas do seu pórtico, antes que caiam e se partam; as Jornadas de Património não lhe deram uma oportunidade.
A Cruz de Portugal, outro monumento nacional, também há anos que sobrevive entre o pó das obras da zona circundante ao Palácio da Justiça (mais uma inauguração oficial sem acabamento à vista). Este pobre cruzeiro, há cerca de dois anos que apresenta uma "protecção" tosca e miserável, numa pobre e inestética figura, que se parece com um par de cuecas de serapilheira caídas aos seus pés, como aqui revelo.
Cruz de Portugal, Setembro 2066, © António Baeta Oliveira

A vida cultural da cidade, semana após semana, vive numa letargia total, sem um acontecimento capaz de fazer esquecer esta rotina inconsequente, numa cidade parada em obras paradas, de comércio moribundo e sem um plano estratégico para o futuro.

É por tudo isto que é necessário fazer de conta, pelo menos para tapar os olhos a quem não vive por cá.

P.S.
Pude observar, já hoje de manhã, durante o meu exercício matinal, que as fraldas ou cuecas que revestiam a base do telheiro da Cruz de Portugal foram retiradas.
O que, até agora, nunca tinha parecido ou cheirado mal, deixou de existir; certamente para não ofender o olhar do Sr. Ministro da Justiça, ontem em Silves para inaugurar o novo Tribunal. Esqueceram-se, no entanto, de remover o lixo que ao longo deste tempo se acumulou sob o telheiro, talvez porque, à distância, o Sr. Ministro não o pudesse avistar. Mas iremos avistá-lo nós e quem nos visita, pois é realmente chocante a situação.
Foram-se as fraldas ou cuecas, mas ficou a merda à vista.
Deixem-me que vos confirme que as obras não foram terminadas. Os trabalhos que, apressadamente, se realizaram nestes últimos dias não foram concluídos. Resumiram-se ao nivelamento do largo fronteiro e à construção de um corredor de acesso, para não estragar os sapatos do Sr. Ministro na gravilha solta, o que poderia continuar a acontecer aos munícipes, indefinidamente, pois "sapatos", como os chapéus, há muitos.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Os Dias de... faz de conta

A Câmara de Silves nunca antes tinha aderido ao Dia Europeu Sem Carros. Resolveu fazê-lo este ano, vá lá saber-se porquê!?

A cidade cresce e afasta-se do centro. As Finanças, o Tribunal, o Instituto Piaget, serviços públicos longe do centro, atraem comércio, vários serviços e novas áreas urbanas, retirando ao centro algumas das suas habituais funções e alargando a cidade para a periferia. Os bairros, que em seu tempo se construíram em zonas mais afastadas, começam a integrar a cidade.
Apesar destas evidências, a cidade continua sem transportes públicos, gerando necessidade de utilização diária do automóvel. A situação chega ao ponto de não haver ligação regular com a estação de caminho de ferro, que dista da cidade quase dois quilómetros, numa estrada sem passeios nem qualquer resguardo para peões. Quem chega de noite, por comboio, vê-se confrontado com esta estranha situação, de "bradar aos céus". E que dizer do turista que toma o comboio para Silves, desprevenidamente, e ainda tem que regressar de onde partiu?!

Pois é!

          - Sem que haja parques de estacionamento bem dimensionados, adequados e que funcionem, oferecendo segurança;

          - Sem que nada tenha sido feito no sentido da criação de transportes públicos, que circulem entre esses parques, os novos bairros, as zonas limítrofes (estação de caminho de ferro e seus bairros, incluídos) e o centro da cidade;

          - Sem que se abram corredores para transportes alternativos, num convite à sua utilização;

          - Com um centro histórico em obras por todo o lado;

          - Com uma circulação complicada e reduzida a poucas artérias...


... porque é que se decide, surpreendentemente, sem sequer dar tempo suficiente para passar a palavra, aderir ao Dia Europeu Sem Carros, gerando uma confusão maior do que a que, tristemente, vem sucedendo no dia-a-dia de uma tranquila cidade com cerca de 10 mil habitantes?

Silves e Dia Europeu sem Carros, Setembro, 2006, © António Baeta Oliveira Silves e Dia Europeu sem Carros, Setembro, 2006, © António Baeta Oliveira
                                          Silves e Dia Europeu Sem Carros

Para... fazer de conta, certamente.

sexta-feira, setembro 22, 2006

A História de Silves em Medalhas (X)

  • História de Silves - 9
    Igreja de Nª Sª dos Mártires

    Foi, segundo a tradição, mandada construir por D. Sancho I, quando da Conquista de Silves, para santificar o chão que sepultou os cristãos caídos naquela empresa. Contudo, tanto a sua arquitectura, de estilo manuelino, como recentes escavações arqueológicas ali realizadas, demonstram tratar-se de templo edificado nos inícios do séc. XVI e remodelado em 1779. Oferece capela-mor com abóbada nervurada, sóbrio arco triunfal, e guarda três lápides tumulares, assim como retábulo de talha dourada, do século XVI. Um dos fechos da abóbada exibe o camaroeiro, emblema da Rainha D. Leonor, a quem pertencia, por vontade de D. João II, a cidade de Silves. É, desde 1961, Imóvel de Interesse Público.


Notas, a propósito desta data:

1. - Hoje, 22, ao cair da noite, os judeus comemoram o
רֹאשׁ הַשָּׁנָה (Rosh Hashaná), a entrada no novo ano de 5767.
Esta data coincide, no calendário judeu, com a fundação da primeira Sinagoga de Lisboa, que comemora o seu 7º Centenário.

2. - Dia 24, também pela noite, o mundo muçulmano celebra a entrada no
رمضان (Ramadão), o 9º mês do seu calendário, um mês de jejum e meditação.

3. - Em relação com estes dois calendários, de duas diversas civilizações, está a ocorrência da Lua Nova, pelas 12h45 (hora local) do dia 22. O Equinócio do Outono, às 04h05 (hora local) do dia 23 de Setembro, não se relaciona com aquelas duas manifestações religioso-culturais.


Aos meus amigos judeus e muçulmanos envio as minhas sinceras saudações.

quinta-feira, setembro 21, 2006

A História de Silves em Medalhas (IX)

  • História de Silves - 8
    Cruz de Portugal

    Durante os finais do séc. XV e na primeira metade do séc. XVI, realizaram-se em Silves significativas campanhas de obras na Sé e edificaram-se as Igrejas da Misericórdia e de Nossa Senhora dos Mártires.
    A Cruz de Portugal, é um importante cruzeiro, daquele período, esculpida em calcário branco e de estilo manuelino. Mostra, numa das faces, Cristo crucificado, e na outra, Cristo descido da cruz, nos braços da Virgem. A sua localização, à saída de Silves, indicava o caminho que, do então Reino do Algarve, seguia para Portugal. É Monumento Nacional desde 1910.


quarta-feira, setembro 20, 2006

A História de Silves em Medalhas (VIII)

  • História de Silves - 7
    Ponte Velha

    A importância de Silves capital do Algarve, como centro político-religioso e económico, mantém-se durante os séculos XIV e XV.
    A Ponte Velha sobre o rio Arade, permitindo às populações da zona um mais fácil relacionamento, estava concluída em 1473, conforme nesta data é referido pelos representantes de Silves nas Cortes. Este monumento é ainda mencionado no Livro do Almoxarifado da cidade, provavelmente de 1474.
    No século XVIII construiu-se o bonito palácio que ainda hoje se observa frente à ponte.


segunda-feira, setembro 18, 2006

O Mar

Cacela-a-Velha, Setembro 2006, © António Baeta Oliveira
Cacela-a-Velha, na manhã de Domingo


  • Canto do Ecocardiograma

    Dialogo com o mar, que sempre soa
    para quem carnalmente habita a costa,
    neste habitar de raiz que inclui
    nascimentos e mortes de parentes,
    ouvintes todos por adaptação
    da espécie à ondulação dos tímpanos.
    Depois, ouvir o mar seria
    como escutar um hino, como ouvir
    as abelhas no louvor do Sol.
    Também chilreia a água na bonança,
    na maré viva bate, como bate
    o meu sangue no ecocardiograma.
    Soube assim que a água do meu corpo
    se harmoniza com a água do mar
    de acordo com o Ritmo que nos rege.
    O aparelho soa e avassala
    os meus dois ouvidos com o fragor
    deste meu coração que soa a onda
    ou a regato forte que embate
    em pedras certas. Enfim, o mar
    humilha-me e engrandece-me, pois eu era
    poeta apenas, e desejei apenas
    beber o mar num verso
    expresso em micro-sons.
    Nunca mais me esqueço desse fluxo
    que ouvi correr e pulsar fora de mim,
    e suponho que os ecos primordiais
    são semelhantes, mas diversos, pois
    só por minutos o meu inteiro som
    é regular no Tempo
    que sempre é sem tempo.

Fiama Hasse Pais Brandão
Canto do Canto (1995)
OBRA BREVE
Assírio & Alvim, Lisboa 2006

sábado, setembro 16, 2006

Um dia por Darfur



Domingo, 17 de Setembro, faça algum barulho por Darfur.
Clique na imagem acima e adira à campanha da Amnistia Internacional.

sexta-feira, setembro 15, 2006

A História de Silves em Medalhas (VII)

  • História de Silves - 6
    Os Portugueses

    Portugueses e Cruzados, sob o comando de D. Sancho I, tomaram Silves no dia 3 de Setembro de 1189. A cidade caiu, novamente, em poder dos Almoadas, em 1191, sendo reconquistada em 1248, graças à acção de D. Paio Peres Correia.
    Os inícios de edificação da Sé, poderá remontar aos finais do séc. XIII ou aos inícios do séc. XIV e, segundo a tradição ocupa o local onde se erguia a Mesquita Maior. É um amplo templo com três naves, de estilo gótico, reedificado em meados do séc. XV, mas com campanhas de obras do reinado de D. Manuel e posteriores. Ali se guarda a sepultura onde, durante quatro anos, repousou o corpo de D. João II, assim como túmulos dos seus bispos.


quinta-feira, setembro 14, 2006

A História de Silves em Medalhas (VI)

  • História de Silves - 5
    Os Muçulmanos

    Ei, Abu Bacre, saúda os meus amigos em Silves e pergunta-lhes se, como penso, ainda se recordam de mim. Saúda o Palácio das Varandas da parte de um donzel que sente perpétua saudade daquele alcácer. Quantas noites passei, deliciosamente junto a um recôncavo do rio com uma donzela cuja pulseira rivalizava com a curva da corrente. O tempo passava e ela servia-me a bebida do seu olhar e outras vezes a do seu copo e outras a da sua boca. As cordas do seu alaúde feridas pelo plectro estremeciam-me como se ouvisse a melodia das espadas nos tendões do peito inimigo. Ao retirar o seu manto, descobriu o talhe, florescente ramo de salgueiro, como se abre o botão para mostrar a flor.

Evocação de Silves, de Al-Mutamide (séc. XI)

quarta-feira, setembro 13, 2006

A História de Silves em Medalhas (V)

  • História de Silves - 4
    Os Muçulmanos

    Em 713 a Cidade de Silves foi integrada no mundo muçulmano e a partir de 929 foi incluída no Califado de Abd Ar-Rahman III, sendo então uma cidade próspera. Posteriormente, sob o governo de Al-Mutamide e numa época de grande esplendor cultural, dominou o Algarve.

    Os Almorávidas tomam Silves, em 1091, tendo-se tornado um reino independente, sob a égide de Ibn Qasi, até à conquista Almoada (1156). A este último período pertence um bom número de monumentos, tal como as fortes muralhas da Alcáçova e da Medina, com as suas torres albarrãs e portas, o poço-cisterna, o grande depósito de água e as ruínas do palácio ainda existentes no Castelo.

Nota:
Um pouco à margem deste texto, mas por motivos próximos desta iniciativa, quero referir que o site da VIVARTE, companhia responsável pela animação da Feira Medieval de Silves, estabeleceu um link para este blog "... por vez de outros relatos de outra imprensa...", como ali se refere. O meu obrigado a João Cardoso, produtor daquela companhia, com quem, neste mesmo Local & Blogal, já tive oportunidade de trocar comentários esclarecedores sobre o assunto.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Outono


  • É um outono inteiro imerso em armas
    é um sopro de dias
    movendo as suas lentas madrugadas
    e nas manhãs e tardes repetindo

    o céu cobrindo armas
    o sol por entre as árvores deixando
    soprar o movimento único imenso
    da manhã e da tarde a

    madrugada
    das armas renovada
    por um outono tão completo como

    o voo doloroso de ave morta
    ou o sopro do ar sobre o humano
    temor único imenso destas aves

Poemas de Gastão Cruz ditos por Luis Miguel Cintra
Assírio & Alvim, Lisboa 2005

Ouça o poema, na voz de Luis Miguel Cintra

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sexta-feira, setembro 08, 2006

A História de Silves em Medalhas (IV)

  • História de Silves - 3
    Os Romanos

    A colonização romana na área da actual Cidade de Silves fez-se sentir a partir de meados do séc II a.C. (Rocha Branca). Numerosos vestígios de villae e de necrópoles, denotam uma romanização intensa desta região, aproveitando tanto a proximidade da costa, rica em peixe, marisco e sal, como as férteis áreas agrícolas, os jazigos de minérios, ou uma localização entre o litoral e o interior, propícia ao desenvolvimento do comércio. A cidade era servida por um bom porto fluvial e na sua área urbana actual, descobrem-se testemunhos desta ocupação, sobretudo dos sécs. III-IV d.C.


quinta-feira, setembro 07, 2006

A História de Silves em Medalhas (III)

  • História de Silves - 2
    Idade do Ferro

    No Calcolítico e na Idade do Bronze foram explorados jazigos de cobre na área do Concelho de Silves. A este último período pertencem numerosas necrópoles da denominada Cultura do Bronze do Sudoeste. Posteriormente, na Idade do Ferro (sécs. VIII-V a. C.), intensificaram-se os contactos com o Mediterrâneo Oriental e é introduzida na região, a escrita, a roda de oleiro e o fabrico de objectos de ferro. No Cerro da Rocha Branca, junto a Silves, estabeleceu-se uma feitoria fenícia, que se há-de desenvolver na II Idade do Ferro, sob a influência púnica (sécs. IV-II a.C.).


quarta-feira, setembro 06, 2006

A História de Silves em Medalhas (II)

  • História de Silves - 1
    Período Neolítico

    O Concelho de Silves oferece testemunhos muito remotos da ocupação humana. Aqui se têm encontrado artefactos do Paleolítico fabricados, a partir de seixos e de lascas, pelos caçadores recolectores que o frequentaram.
    Cerâmicas e materiais de pedra polida oferecem indícios da presença do Homem Neolítico na região. Neste mesmo período (IV milénio a.C.) ergueram-se alguns menires que denunciam já a presença de uma superstrutura religiosa, complexa, onde se evidencia o culto da fertilidade.


terça-feira, setembro 05, 2006

A História de Silves em Medalhas

Por ocasião das Comemorações do 8º Centenário de Nacionalidade Portuguesa, assim se designava o que esta administração chama agora de "Conquista de Silves aos Mouros", foi editada uma colecção de 12 medalhas, para 12 diferentes períodos da história local, onde cada uma delas, além de testemunhos relativos a cada um desses períodos, cunhados na face, traz, no verso, um pequeno resumo da História da Cidade.

Tentando combater um pouco esta visão redutora da nossa História, que a confina à presença portuguesa, e que a grande maioria dos silvenses desconhece, pois não integra o currículo escolar, fotografei cada uma dessas medalhas e vou divulgá-las aqui, uma a uma, numa sequência de edição de três vezes por semana, ao longo de quatro semanas deste mês de Setembro - o mês em que a população de Silves, em 1189, ficou pela primeira vez sob administração portuguesa.
A tomada desta praça foi de uma tal importância para a coroa portuguesa, dado o prestígio de Silves à época, que D. Sancho I passou a usar o título de Rei de Portugal, Silves e Algarve.
A importância desta cidade para a administração islâmica ficou provada com a retoma da cidade em 1191, dois anos depois, permanecendo sob o seu poder por mais de meio século, até que Afonso III, em 1248, a voltou a incorporar no seu Reino de Portugal.

segunda-feira, setembro 04, 2006

O Dia da Cidade

Avenida junto ao rio, Silves, 3 de Setembro de 2006, © António Baeta Oliveira
(Foto captada com a câmara do telemóvel, no entardecer do Dia da Cidade, e que intitulei Beirute/Silves)

Na ausência de qualquer informação sobre iniciativas do executivo camarário para o Dia da Cidade, elegi esta foto dos escombros da Avenida sobre o rio, paradigma da actuação desta administração, que dá início a obras cujo fim e finalidade não consegue controlar, num atoleiro que envolve toda a cidade, que aqui descrevi no meu penúltimo post e que o Saco dos Desabafos complementa pormenorizadamente.

As Comemorações do Dia da Cidade, na óptica desta administração camarária, constituem uma jornada em que não participo, e em que não participarei, enquanto o Dia da Cidade for evocado nesta perspectiva redutora e negativista, de "Conquista da Cidade aos Mouros", que pressupõe a inexistência da cidade, dos seus cidadãos e da sua cultura nos séculos que precederam a administração portuguesa. É como um voltar as costas a todas as civilizações que nos antecederam, de Cilpes a شلب (Xilb), e que nos fizeram como somos hoje. É esquecer os intelectuais, os artífices, os cientistas e os poetas, cujos testemunhos permanecem entre nós e que viveram Silves, esta mesma cidade, tanto ou mais intensamente do que vivemos hoje. Os seus inumeráveis vocábulos fixaram a nossa língua, o seu saber e forma de viver integraram os costumes que hoje identificamos no artesanato, no labor agrícola e no controlo da água, esse preciosíssimo bem.

Porquê a primazia destas comemorações no confronto com os mouros, como se os mouros não fôssemos nós, os que nascemos e vivemos neste território, subjugados ao peso da administração islâmica e depois da portuguesa?

Porquê não comemorar o encontro destas culturas, tão patente, afinal, nos monumentos que ainda hoje melhor nos identificam - o Castelo, islâmico, e a Sé Catedral, portuguesa e cristã?!

sexta-feira, setembro 01, 2006

Um ano depois, o Teatro ainda não foi devolvido à cidade


A 3 de Setembro próximo passará um ano sobre a inauguração oficial do Teatro Mascarenhas Gregório, agora recuperado, mas cujo "espaço ainda não foi devolvido à cidade", no dizer de Aurélio Nuno Cabrita, investigador de História local e regional, em artigo publicado no Barlavento e cujo texto pode ser lido aqui.
O texto recorda a primeira inauguração do teatro, no dia 24 de Julho do ano de 1909.