quinta-feira, dezembro 19, 2013

Boas Festas!







Vou entrar num período de férias, sem escrita no blogue, durante todo este tempo que nos levará ao ano de 2014.

A todos os que me têm dado o prazer da sua visita  e eventual participação em comentários, o meu agradecimento.

Festas Felizes!


segunda-feira, dezembro 16, 2013

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (XI)



Estatueta de Ibn Qasi junto ao pequeno lago da Praça de Al-Mu'tamid, interpretado aqui como um monge em meditação.


O último episódio terminou com a queda do reino de Sevilha e o domínio de todo o al-Ândalus pela seita  dos almorávidas.


Em Silves também o poder passou a ser exercido pelos almorávidas, com a sua intolerância religiosa, nomeadamente contra os moçárabes (cristãos em território árabe) e em 1136 estala mesmo uma revolta na cidade de Ossónoba (atual Faro).


Em Silves, a revolta começa a tomar forma por iniciativa de um senhor local, muladi (convertido ao islão), poeta, filósofo, político e místico, criador de uma doutrina baseada no êxtase e que prepara uma cavalaria de monges que aderiram à sua doutrinação e às suas práticas, para combater os almorávidas.


Esse senhor, Ibn Qasi de seu nome, natural de Silves, passa a comandar a revolta que ficou conhecida como a Revolta dos Muridas (os que conhecem a vontade de Deus).

O pensamento de Ibn Qasi ficou condensado num tratado filosófico-teológico, "O descalçar das Sandálias", e teve enorme repercussão no mundo árabe.

Retirado com os seus muridas para a zona da atual Arrifana, junto a Aljezur (onde é possível visitar as ruínas desse "convento"),  a sua doutrina expande-se e ganha para a sua causa notáveis figuras, como a de Ibn Wazir, senhor de Évora, de Ibn Al-Mundhir, de Silves e até Ibn Habib, ex-governador desta nossa cidade.

Uma onda de apoio cresce por todo o território. Multidões seguem-no para o escutar. Histórias dos seus feitos e da sua capacidade milagrosa contam-se por toda a parte.

A multidão chama-lhe Mahdi (designação que se assemelha à de Messias, no Cristianismo) e Ibn Qasi acaba por aceitar a designação, juntando ao seu nome o nome do profeta - Mohammad Ibn Qasi.

Por parte dos almorávidas houve imediata reação e passaram a proceder contra os muridas, muitos dos quais foram presos e deportados.



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Garcia DominguesHistória Luso-Árabe, edição do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves, 2010
António Borges CoelhoPortugal na Espanha Árabe, vol. 2 - Editorial Caminho

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Se estiver interessado na leitura dos episódios anteriores, siga os links abaixo:



Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (I)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (II)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (III)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (IV)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (V)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (VI)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (VII)


Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (IX)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (X)


quinta-feira, dezembro 12, 2013

O meu amigo Jojó, na tertúlia de quinta-feira



A tertúlia desta quinta-feira à noite (21h30), no quiosque Al-Mu'tamid, será a última deste ano de 2013.

De entre os materiais que conto levar comigo constará um conto, de minha autoria, publicado neste mesmo blogue em 3 de Novembro de 2005.


É esse conto que volto a recordar hoje, depois de ter sido publicado num ambiente virtual conhecido como Second Life, onde uso o pseudónimo de Ibrahim Bates.

Ele pode ser lido com esta apresentação que ireis apreciar abaixo e que serviu de base à sua conversão num modelo em 3D, para ser manipulável naquele ambiente virtual a que me referi.

No final do conto expresso os motivos que me levaram a apresentá-lo por esta altura do ano, e que de novo se voltam a encaixar nesta apresentação em mundo real, por ocasião da época natalícia.

Espero que seja do vosso agrado. (Usem a leitura em ecrã integral - tela cheia - utilizando o último símbolo a branco, no cimo, à direita, em forma de quadrado. Depois é clicar na seta e ler).





segunda-feira, dezembro 09, 2013

É nas Pedras




Pormenor de parte da base e do fuste de uma das colunas do pórtico da Igreja da Misericórdia.



É nas 
pedras
que se guardam os 
testemunhos 
do passado

que se
esculpem as 
ideias e as
estéticas

que se reproduzem
os corpos e a sua
nudez

que se
descreve
o ser amado e o 
ser odioso

que perpetuamos o
que fomos
e o que pretendíamos
ser

É através dessas
pedras
que se guarda
que se esculpe
que se reproduz
que se descreve
que se perpetua
que se identificam as
civilizações


sexta-feira, dezembro 06, 2013

100 milhares de visualizações




Com a devida vénia ao blogue - http://sentimentosintimos.blogspot.pt -  donde retirei a foto.



          O meu blogue acaba de atingir as




100 000
                                     

                                                                                                             visualizações




desde 9 de julho de 2003, após 1334 posts publicados, que mereceram por parte dos leitores 3212 comentários.



Obrigado.

  

quinta-feira, dezembro 05, 2013

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (X)




Mausoléu de Al-Mu'tamid em Aghmat, próximo de Marraquexe. (foto de http://www.panoramio.com)

O último episódio deixou-nos o rei de Sevilha, Al-Mu'tamid, numa séria situação face ao avanço das tropas de Afonso VI, rei de Leão e Castela.

Esse temor acabou por amedrontar outros príncipes, que acorreram a uma convocatória para uma reunião que ficou conhecida como a conferência de Sevilha.


Aí ficou decidido solicitar o apoio dos almorávidas, nova seita religiosa, proveniente do sul, da zona de Marraquexe, sob a chefia do poderoso Yusuf Taxfin.


As civilizações cristã e islâmica preparavam-se de parte a parte para um confronto, com o Papa a proclamar uma cruzada contra os príncipes árabes de Espanha, e os almorávidas, em elevado número a desembarcar na península.


O confronto deu-se em Zalaca, na famosa batalha com o mesmo nome, onde os cristãos foram derrotados. 

Do lado cristão participaram os príncipes D. Raimundo e D. Henrique, mais tardes condes de Galiza e Portugal.


Vitoriosos, os almorávidas depararam-se com uma civilização que não correspondia aos seus critérios religiosos: uma civilização de riqueza e esbanjamento, de costumes palacianos, de moral permissiva, valorizando a ciência em detrimento dos ensinamentos do Corão. Era demasiado para o olhar destas gentes do deserto, habituados ao desconforto e na fé do que o destino lhes reservasse.

Yusuf Taxfin declara os príncipes da Espanha muçulmana como heréticos e avança na conquista dos principados.

Os almorávidas assumem o poder por toda a região. 

A 7 de Setembro de 1091 Sevilha cai e Al-Mu'tamid é feito prisioneiro e desterrado para Aghmat, uma pequena povoação próximo de Marraquexe.

Terminava para Silves a grande época de Al-Mutamid e Ibn 'Ammar. Ficava agora sob domínio almorávida.

Al-Mu'tamid acaba por morrer após grande sofrimento em 1095.

Túmulo de Al-Mu'tamid, à esquerda, a que se seguem o de seu filho mais novo e de sua esposa Itimad.
(Foto de http://www.panoramio.com)

Este local continua ainda hoje  a ser lugar de romagem.

Jorge Sampaio, quando Presidente da República Portuguesa, esteve neste lugar, homenageando este príncipe, poeta, natural de Beja.




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Garcia DominguesHistória Luso-Árabe, edição do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves, 2010
António Borges CoelhoPortugal na Espanha Árabe, vol. 2 - Editorial Caminho

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Se estiver interessado na leitura dos episódios anteriores, siga os links abaixo:



Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (I)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (II)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (III)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (IV)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (V)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (VI)

Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (VII)





segunda-feira, dezembro 02, 2013

Os raios do sol de outono






As folhas caducas que juncam o chão
são amantes
mortas 
pelo sol de outono
com seus raios preguiçosos
e lânguidos
da fadiga do estio

Quando a tarde cai
espreguiçam-se
pelos muros de cal 
onde buscam seu branco alento
para acordar 
com viço
pela manhã