Mausoléu de Al-Mu'tamid em Aghmat, próximo de Marraquexe. (foto de http://www.panoramio.com) |
O último episódio deixou-nos o rei de Sevilha, Al-Mu'tamid, numa séria situação face ao avanço das tropas de Afonso VI, rei de Leão e Castela.
Esse temor acabou por amedrontar outros príncipes, que acorreram a uma convocatória para uma reunião que ficou conhecida como a conferência de Sevilha.
Aí ficou decidido solicitar o apoio dos almorávidas, nova seita religiosa, proveniente do sul, da zona de Marraquexe, sob a chefia do poderoso Yusuf Taxfin.
As civilizações cristã e islâmica preparavam-se de parte a parte para um confronto, com o Papa a proclamar uma cruzada contra os príncipes árabes de Espanha, e os almorávidas, em elevado número a desembarcar na península.
O confronto deu-se em Zalaca, na famosa batalha com o mesmo nome, onde os cristãos foram derrotados.
Do lado cristão participaram os príncipes D. Raimundo e D. Henrique, mais tardes condes de Galiza e Portugal.
Vitoriosos, os almorávidas depararam-se com uma civilização que não correspondia aos seus critérios religiosos: uma civilização de riqueza e esbanjamento, de costumes palacianos, de moral permissiva, valorizando a ciência em detrimento dos ensinamentos do Corão. Era demasiado para o olhar destas gentes do deserto, habituados ao desconforto e na fé do que o destino lhes reservasse.
Yusuf Taxfin declara os príncipes da Espanha muçulmana como heréticos e avança na conquista dos principados.
Os almorávidas assumem o poder por toda a região.
A 7 de Setembro de 1091 Sevilha cai e Al-Mu'tamid é feito prisioneiro e desterrado para Aghmat, uma pequena povoação próximo de Marraquexe.
Terminava para Silves a grande época de Al-Mutamid e Ibn 'Ammar. Ficava agora sob domínio almorávida.
Al-Mu'tamid acaba por morrer após grande sofrimento em 1095.
Túmulo de Al-Mu'tamid, à esquerda, a que se seguem o de seu filho mais novo e de sua esposa Itimad. (Foto de http://www.panoramio.com) |
Este local continua ainda hoje a ser lugar de romagem.
Jorge Sampaio, quando Presidente da República Portuguesa, esteve neste lugar, homenageando este príncipe, poeta, natural de Beja.
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Garcia Domingues, História Luso-Árabe, edição do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves, 2010
António Borges Coelho, Portugal na Espanha Árabe, vol. 2 - Editorial Caminho
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Se estiver interessado na leitura dos episódios anteriores, siga os links abaixo:
Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (I)
Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (II)
Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (II)
Silves, ao tempo da civilização do al-Ândalus (IV)
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