quinta-feira, setembro 09, 2010

Porquê, Jean-Luc Ponty no Castelo de Silves?



Na foto, batida com o telemóvel, de fato não se nota a presença de Jean-Luc, mas esse não é o motivo para a interrogação do título.

É importante afirmar que também me satisfaz que o Castelo de Silves possa servir,  pelo seu soberbo enquadramento, para espetáculos desta natureza, de elevado mérito, e com lotações aceitáveis e pouco invasivas do espaço, como foi o caso.

Confesso que tive alguma dificuldade em entrosar-me com o violino, pelo pouco que estou a habituado ao seu timbre em audições de jazz, mas fiquei completamente rendido à versatilidade do intérprete e à sua excelente banda. Uma noite memorável!

Pena foi que a instalação do palco não tivesse levado em conta o lugar onde o concerto iria acontecer e esse é o motivo para a interrogação do título. Porquê vir ao Castelo de Silves, para esconder por detrás do palco aquilo que justifica  a vinda do concerto a este lugar?


Houve certos momentos em que o torreão se avistou, e aí sentiu-se algum rumor de exclamações em surdina, em manifestação de apreço pela beleza das muralhas. Mas foram breves momentos, logo interrompidos pelos holofotes e pelo jogo de colorações várias, que parecem merecer maior valor do que o recorte dos merlões dessa muralha de pedra vermelha como não há outra no mundo e cujo enquadramento Jean-Luc e a sua banda bem teriam merecido por mais tempo.

Se não fosse por isso bem podiam ter dado o concerto noutro lugar qualquer. Porquê, Jean-Luc Ponty no Castelo de Silves?

2 comentários:

luís ene disse...

António,
concordo em absoluto, até com a tua pergunta.
A musica de Jean Luc Ponty adaptava-se tão bem ao espaço em volta e ao céu estrelado que se dispensava intervenções formatadas e em série como a da montagem do palco... e jogo de luzes e fumo (ainda que discretos)

Aécio disse...

A malta gosta de inventar e de gastar o nosso dinheiro!
Não se mentalizam que o menos é mais.