quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A Quaresma

Capela dos Ossos, Alcantarilha, concelho de Silves, Novembro de 2006, © António Baeta Oliveira


  • Na sequência da permissividade consentida pelo Carnaval vinha a Quaresma, um período de 40 dias de jejum e abstinência que culminava na Páscoa. A ideia central que presidia a toda a Quaresma era a da Morte, a que se seguia a Ressurreição.
    A Morte é o grande tema de todas as religiões. Sem a Morte para que serviriam as religiões ou a crença em Deus?!

    Que percentagem dos 90% dos portugueses que ainda se dizem católicos se lembrará de que a Quaresma começou? Que percentagem de todos os portugueses saberá o que é a Quaresma?

    A Quaresma era há uns anos atrás, quando eu era criança, um tema bem presente na sociedade e nos costumes. Hoje passa ao lado da grande maioria.
    A Igreja vai perdendo a sua influência na sociedade e a que ainda mantém segue pela via das cerimónias e dos rituais associados aos casamentos e aos funerais.
    O Natal já quase não é uma festividade religiosa, mas sim uma festa consumista, e a Páscoa sai à rua com as procissões, como uma manifestação cénica; se não fosse a sequência dos feriados, a proporcionar o encontro das famílias dispersas pelas grandes urbes, o São Valentim, que não sei o que terá a ver com os namorados, ou o Dia da Mulher, que mais parece o dia do mulherio, poderiam vir a ganhar maior repercussão.


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Recordando uma antiga fotografia comentada - O ocaso da Serra de Silves? (clique) - na sequência dos grandes fogos florestais de 2003, publicada em 22 de Setembro desse ano.

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