terça-feira, outubro 26, 2004

As casas vieram de noite

Na sequência do post da passada sexta-feira sobre Casimiro de Brito, "entraram-me em casa", de noite, as memórias de alguns dos seus companheiros de labuta poética, nomeadamente os que mais se identificaram com o movimento Poesia 61, nascido em Faro. Resolvi então reviver con(gosto)vosco alguns desses poetas.

Luiza Neto Jorge

        • As casas vieram de noite

          As casas vieram de noite
          De manhã são casas
          À noite estendem os braços para o alto
          fumegam vão partir

          Fecham os olhos
          percorrem grandes distâncias
          como nuvens ou navios

          As casas fluem de noite
          sob a maré dos rios

          São altamente mais dóceis
          que as crianças
          Dentro do estuque se fecham
          pensativas

          Tentam falar bem claro
          no silêncio
          com sua voz de telhas inclinadas

      Luiza Neto Jorge
      Os Sítios Sitiados, 1973



2 comentários:

Anónimo disse...

"As casas fluem de noite
sob a maré dos rios"

Belo poema!
Helena

Anónimo disse...

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