só acredito nestes amanheceres
prateados em que me diluis
com tua boca
e uma voz escorre morna ao acordar
são ficções de pólen
que se soltam
por entre as pedras frias
dos chãos dos dias
Pedro Afonso
ainda aqui este lugar
4 Águas Editora, Tavira 2008
Pedro Afonso
ainda aqui este lugar
4 Águas Editora, Tavira 2008
Fernando Cabrita
Doze Poemas de Saudade
4 Águas Editora, Tavira 2008
Foto de António Baeta
Será precisamente neste lugar, entre a Fortaleza e a Igreja, que estarei no próximo dia 26, a partir das 19 horas, a convite do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, da Câmara de Vila Real de Santo António, para uma sessão de um ciclo de "conversas ao cair da tarde, aos domingos, com o areal da península a enquadrar os azuis da paisagem da Ria Formosa", como refere o email de divulgação.
Também aqui (clique) poderá aceder ao cartaz que publicita o evento.
Rumores poéticos do al-Andalus, foi o título que sugeri à organização e é sobre esses rumores que me debruçarei nesta localidade onde nasceu Ibn Darraj, o poeta que aqui foi homenageado em Abril passado.
Dois registos deste último fim-de-semana, em Odeceixe:
a imagem do sítio na hora da chegada e a doce tranquilidade da voz e interpretação de Madeleine Peyroux.
'Tá-se!
Sei que é Verão, que está calor, que os temas de reflexão se tornam fastidiosos, mas a mente não pára na sua tentativa de entendimento do que usamos chamar realidade mesmo quando de tal não nos damos conta.
Quero falar-vos de Rui Bebiano que, mesmo que ele não o saiba, tem sido um instrumento de confirmação de algumas das minhas reflexões críticas sobre a sociedade, quando não mesmo de guia de alguns caminhos que eu desconhecia ou a que teria, eventualmente, passado ao lado sem reconhecimento do percurso.
Acompanho-o desde os tempos da revista electrónica NON, de apontamentos em revistas e jornais e dos seus blogues individuais ou partilhados, há cerca de uma década.
Rui Bebiano, por ele próprio, é (...) historiador, professor de história contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais. (...). Trabalha actualmente em temas de história cultural e política desde os anos cinquenta à actualidade, em particular no campo das construções utópicas, das práticas de exclusão e das representações contemporâneas do passado. (...)
Acompanhei no seu blogue - A Terceira Noite - os materiais que aí divulgou e que agora constituem esta sua última publicação:
... que aconselho a todos os que no geral se interessam pelos temas da História Contemporânea e, em particular, aos que alguma vez simpatizaram ou ainda nutrem essa simpatia pelas correntes ideológicas que conduziram à Revolução de Outubro de 1917 ou à crítica da sua evolução e do seu fracasso.
Deixo-vos ainda com uma entrevista ao autor de "Outubro", para um melhor esclarecimento sobre esta sua publicação - Entrevista a Rui Bebiano (basta clicar).
Já por várias vezes nos cruzámos, em locais onde um apelo semelhante nos juntou ou por via de amigos que nos são comuns. A poesia de Rui Dias Simão é feita dos desmaiados contornos dos sonhos, onde tudo se cruza no desalinho das nossas inquietações, onde é preciso recordar para questionar, rememorar para entender, contar para exorcizar.
Rui Dias Simão
Os animais da cabeça
4 Águas Editora, Tavira 2008
Este blog acaba de cumprir seis anos.
Aos que continuam a honrar-me com a sua visita, ofereço um poema de um autor silvense, Ibn Al-Milh, (que ainda não constava na minha pequena antologia ao fundo da página) falecido em 1107, e que nunca trocou esta cidade pela corte de Al-Mu'tamid, em Sevilha.
Adalberto Alves
O meu coração é árabe
Assírio & Alvim, Lisboa 1987
P.S.
A imagem que antecede o poema é um efeito caligráfico de qalbiy 'arabiyy - O meu coração é árabe - conforme figura na capa do livro citado acima. A frase provém, segundo Adalberto Alves, de uma canção árabe ainda cantada pelo povo no tempo de Gil Vicente e que este utilizou, nomeadamente, numa fala da Ama, na Comédia de Rubena.
Quase como num diário de viagem pela Tunísia que tanto ama, Luís Maçarico publicou...
Lembrei-me deste meu amigo e dos seus poemas em dia de intenso calor, aqui, nesta cidade do barrocal algarvio.
Luís Maçarico
Cadernos de Areia
Edição de Autor, 2ª edição, 2009
Imagem de Sophia, a crayon, por Carlos Botelho,
conforme Wikipédia
Quero iniciar este mês com Sophia. Quero recordá-la como a conheci; como quando, muito provavelmente, da primeira vez que a li.
Sophia de Mello Breyner
Grades
Publicações Dom Quixote, Lisboa 1970