Foi esta minha foto que me sugeriu o tema, se bem que de telhado já pouco há; restam algumas telhas.
Como esta, há pela cidade dezenas de situações semelhantes.
A cidade envelheceu e os "novos" prédios de apartamentos, construídos ao longo dos anos 70 nas zonas onde, em enormes quintais murados, se guardava a cortiça em prancha, ainda por laborar, absorveram a migração das pessoas que abandonaram as velhas e tradicionais casas de família na zona do centro histórico e zonas adjacentes.
São essas casas que, agora destelhadas, se encontram ao abandono.
Na maioria das situações os passantes nem se dão conta do estado destas casas, pois as fachadas, apesar de envelhecidas, não apresentam o ar de ruína dos telhados. Mas para os que , como eu, se põem a olhar pelas fechaduras, pelos vãos das portas, pelas janelas entreabertas, sabem bem como a Natureza tomou conta do interior das casas, com ervas e destroços.
Esta ruína, um dia tomará conta das fachadas e nessa altura serão dezenas de casas em perigo de ruína iminente, como se a cidade subitamente envelhecesse.
Há que prevenir esta situação com uma boa antecedência. Um estudo, seguido de um plano de abordagem da situação, já deveria ter sido iniciado.
Sabemos que os executivos têm prazos diminutos e que há muitas e variadas coisas a que têm que dar atenção. Os seus prazos de vigência não comportam planos de médio e longo prazo, mas deveria haver entendimento entre partidos para a elaboração de um estudo desta natureza, ou mais cedo ou mais tarde, terão entre mãos um problema com que não poderão lidar.
Aí então será tarde.