As velhas paredes do torreão, feitas de pedras manchadas de vermelho escuro, parecem coar a luz crua que o sol irradia, como que a proteger os que se acolhem ao seu abrigo.
quarta-feira, junho 30, 2010
Deambulando pela cidade (III)
segunda-feira, junho 28, 2010
Postais com poemas (IX)
A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.
Aqui os trago, paulatinamente, a cada segunda-feira.
- se te disser - tenho saudades
acreditas? - sei que não
mas sim
tenho saudades das tuas asas e
do teu desalinho que
te transformam de ave em fonte
de vida. (...)
quinta-feira, junho 24, 2010
Jornada de Reflexão sobre o Museu da Cortiça
Por iniciativa do Director do Museu, Dr. Manuel Ramos, e numa organização conjunta do ICOM Portugal (International Council of Museums) e da Câmara Municipal local, terá lugar em Silves, no próximo sábado, dia 26, a partir das 11 horas, no auditório da Biblioteca Municipal, uma Jornada de Reflexão sobre o Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês.
Pelas 9 horas há uma prévia visita guiada ao Museu.
Pode aceder ao programa detalhado clicando aqui.
Creio que nada há a acrescentar sobre a importância desta Reflexão na salvaguarda do nosso Património cultural.
quarta-feira, junho 23, 2010
Deambulando pela cidade (II)
A frescura do pequeno largo, ao cair da tarde de um dia quente, feita das sombras que as verdes árvores souberam conservar e que o lago e o jato da água amenizaram.
O repouso do homem que se encosta no banco e o ligeiro erguer dos braços do seu companheiro, numa expressividade de quem se prepara para um voo de liberdade.
segunda-feira, junho 21, 2010
Postais com poemas (VIII)
A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.
Aqui os trago, paulatinamente, a cada segunda-feira.
Fui uma criança medrosa.
Tinha, como todas as crianças,
medo do escuro.
A minha irmã dizia-me: pensa no Mickey. (...)
quinta-feira, junho 17, 2010
Deambulando pela cidade
quarta-feira, junho 16, 2010
Lembrando David Mourão-Ferreira
Passa hoje mais um ano sobre a data da morte do poeta que tão bem cantou o amor e o erotismo.
- Soneto do Cativo
Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;
o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;
se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;
não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!
David Mourão-Ferreira
(Os Quatro Campos do Tempo, 1958)
Poemas Portugueses - Antologia de Poesia Portuguesa do Sec. XIII ao Séc. XXI
Porto Editora, 2009
segunda-feira, junho 14, 2010
Postais com poemas (VII)
A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.
Aqui os trago, paulatinamente, a cada segunda-feira.
A solidão existe apenas onde as palavras
se tocam num murmúrio de gente. (...)
terça-feira, junho 08, 2010
A câmara em vez da arma
Gosto de usar uma câmara em vez de uma arma e surpreender na quietude, sem inquietar, os animais que buscam tranquilamente o seu sustento.
Quem me confirma o nome desta pernalta? Será o PERNILONGO – Himantopus himantopus?
segunda-feira, junho 07, 2010
Postais com poemas (VI)
A IV Bienal de Poesia de Silves editou uma coleção de postais, divulgando poemas de cada um dos convidados.
Aqui os trago, paulatinamente, à segunda-feira.
alho.
olho.
olho alho.
o alho e o olho.
olho o alho:
vejo a+l+h+o.
olhalho.
olho o olho
e não vejo o alho.
alho - o olho.
olho - o alho.
alho olho.
o olhar do alho.
o olho no alho.
o olho no olho
com alho.
tressalho.
(...)
terça-feira, junho 01, 2010
Espelho Íntimo
Torquato da Luz, o poeta que em cada dia se revela no seu Ofício Diário, apresentou no passado dia 26, na Livraria Barata, em Lisboa, o seu último trabalho - Espelho Íntimo.
Dele retirei este poema:
- Ah se não fosse
Ah se não fosse o medo
e as negas da sorte
ah se não fosse cedo
de mais para a morte
ah se não fosse o muro
a limitar o espaço
ah se não fosse o futuro
amanhecer tão baço
ah se não fosse a idade
e a tensão alta
ah se não fosse a liberdade
fazer tanta falta
ah se não fosse o mundo
estás a ver
ah se não fosse tudo
e o mais que vier.
Torquato da Luz
Espelho Íntimo
Editora o cão que lê, Braga 2010