É este edifício, cujo pormenor a fotografia documenta, que acolhe a exposição a que venho fazendo referência.
O grande salão de entrada parece pequeno para albergar a quantidade e variedade de peças, que, de certo modo, perdem algum do seu brilho, num labirinto pouco iluminado, onde a cor dominante é o verde-escuro, mas...
... a importância de peças como esta, a lápide do Bispo Julião, do séc. X, testemunhando a importância da comunidade moçárabe no território, ou...
... a perfeição desta placa de marfim com a representação de uma ave de rapina, também do séc. X, que além da surpresa do pormenor e da cativante beleza, testemunha a elegância do viver das classes abastadas, com recursos e sensibilidade artística...
... ou ainda, se bem que mais prosaicas, estas cerâmicas de indiscutível elegância, utensílios do dia-a-dia, e muitas outras peças, nomeadamente de joalharia, que aqui não referi; são, dizia eu, motivo mais do que suficiente para nos maravilhar.
Permitam-me duas referências mais:
- a de uma sala, com uma única peça em exposição, que irá variando em cada mês, e que será motivo de uma palestra, proferida por especialista;
- a de outra sala ainda, por sinal a que mais me surpreendeu e me tocou, sobre azulejaria, modelos, procedimentos, e que enquadra ainda pigmentos vários utilizados na confeção, bem como ingredientes que encantam os olhos com a exuberância da cor e o nariz com a surpresa do odor, usando os sentidos numa certa envolvência desse mundo "oriental".
Não percam a oportunidade se estiverem no Algarve ou passarem por Silves.