Alguns chuviscos marcaram a manhã.
Saí para a rua na intenção de visitar duas exposições - Suportes de Água na Silves Islâmica, nos Paços do Concelho, e Sistemas de Abastecimento de Água na Silves Medieval, no aljibe da Alcáçova.
Levei comigo a câmara fotográfica.
Surpreendeu-me o avantajado número de turistas, mas pude aperceber-me de que estamos em vésperas de Páscoa. No Largo do Município, além dos turistas, a aglomeração era outra.
(Com um clique sobre as fotos pode apreciá-las mais ampliadas)
Por iniciativa da Universidade Aberta, alunos do Mestrado em Arte e Educação ensaiavam a sua expressividade. Caracteres árabes ou as características do seu traço, riscavam-se nas folhas brancas de alguns.
Subi aos Paços do Concelho e não encontrei qualquer aviso, nem qualquer sinal, desde o largo lá em baixo até ao local da exposição, que mencionasse a sua existência. Não estranhei atingir o segundo piso e não avistar ninguém. A zona estava vazia, escura e dois expositores de entre vários outros estavam iluminados; o da foto ao lado era precisamente um deles.
Esta exposição era para quem?
Subi à Alcáçova e desci ao aljibe.
Também não dei por nenhuma indicação, nem sinal, mas eu sou muito distraído. Apesar disso pude constatar que a exposição estava mesmo lá e era visível, mas que o espaço continua com a aparência de obra por terminar, com um ar sujo, mal arrumado, (eu sei que as impurezas caem pelas aberturas superiores, mas tantas folhas e detritos logo pela manhã!) como quem não cuidou do envolvimento.
E havia visitantes? Sim. Muitos turistas que olhavam para os cartazes (a exposição é só de cartazes) e muitos deles, senão mesmo todos, encolhiam os ombros sem entender de que se tratava, pois as legendas estavam todas só em língua portuguesa, num local onde, provavelmente mais de 80% dos visitantes, para não exagerar, são estrangeiros.
Fazem-se muitas coisas "só para o inglês ver", mas desta vez o inglês até pode ter visto, mas não entendeu.
Mas verifiquei que o "inglês" entendeu ou pelo menos vários entenderam, que a Sé não é para visitar.
À porta de entrada apresenta-se um sujeito, sem fardamento, e com bilhetes impressos na mão, sem garantias nenhumas de que se trate de um funcionário oficial, e que diz apontando para cada uma das pessoas - um euro - e apontando para as crianças fazendo sinal de negação com a mão, o que pode ser entendido como "as crianças não podem entrar". :)
Fiquei um pouco a observar e não vi nem um, dos vários turistas que abordaram a entrada, ter comprado qualquer bilhete. Azar o meu, pois provavelmente entraram muitos.
Mas estou em crer que os que entraram devem ter-se arrependido quando ao chegar à portaria da alcáçova lhes foi cobrado mais 2 euros e meio. Felizmente aí as coisas têm um ar sofisticado, apesar da aglomeração que se acumula com um só funcionário a trabalhar.
Imaginem como se teriam arrependido se se lembrassem de ainda visitar o Museu de Arqueologia. Saía-lhes barata, a manhã de passeio por Silves.
Sou cá um "má-lingua"!
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