Os balaústres são elementos arquitetónicos perfeitamente dispensáveis; a sua utilização é meramente decorativa.
Na foto acima em vez dos balaústres poderia haver um simples muro, com decoração, ou tão somente essa mesma abertura, cujo vão poderia ser suportado por outro elemento arquitetónico, sem recurso ao balaústre.
Mas o balaústre é um elemento simpático, elegante, não só na forma, como também na natureza dos materiais comummente utilizados. Daí a sua frequente utilização ao longo dos tempos.
Em Silves, se olharmos com atenção vê-los-emos com frequência em edifícios de várias épocas e tendências estilísticas.
A política, mais no sentido da jogo partidário, do que propriamente no seu sentido etimológico, usa demasiados balaústres; quero significar, como descrevi acima, elementos meramente decorativos.
Esses balaústres políticos assumem o poder, que deveria ser exercido por políticos capacitados para gerir a vida em sociedade, como fantoches, elegantes, que se colocam em lugares que necessitam de ser preenchidos para um determinado desempenho, mas que só lá estão para fazer figura, como os balaústres da arquitetura, para suportar um vão.
Preenchido o lugar, fixam-se por tanto tempo quanto possam, iludindo com a sua aparência os que confundem a política com o futebol, apoiando de olhos fechados o seu clube predileto e o treinador responsável, zangando-se quando os resultados não satisfazem, mas apoiando sempre o seu clube favorito.
E isto tanto se passa a nível nacional como a nível local.
Continuamos a votar nos "clubes" favoritos sem ter em conta as propostas, os projetos, a capacidade das pessoas que se propõem cumpri-los, sem ter em conta os balaústres que só lá estão para preencher as vagas necessárias, os vãos.