Ondjaki nasceu em Luanda e traz com ele o gosto de brincar com as palavras, misturando-as com outras que ele próprio cria, quase numa brincadeira de menino que fala de coisas bem adultas.
- Chão
apetece-me des-ser-me;
reatribuir-me a átomo.
cuspir castanhos grãos
mas gargantadentro;
isto seja: engolir-me para mim
poucochinho a cada vez.
um por mais um: areios.
assim esculpir-me a barro
e re-ser chão, muito chão.
apetece-me chãonhe-ser-me.
Ondjaki
Há prendisajens com o xão
Editorial Caminho, Lisboa 2009
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