sábado, julho 02, 2011

Já lá vão sete (7) anos



Já lá vão sete anos sobre a hora a que Sophia nos deixou.



Era sobre a morte, tão suavemente sobre a morte, que ela escreveu:


  • QUANDO

    Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
    Continuará o jardim, o céu e o mar,
    E como hoje igualmente hão-de bailar
    As quatro estações à minha porta.

    Outros em Abril passarão no pomar
    Em que eu tantas vezes passei,
    Haverá longos poentes sobre o mar,
    Outros amarão as coisas que eu amei.

    Será o mesmo brilho, a mesma festa,
    Será o mesmo jardim à minha porta,
    E os cabelos doirados da floresta,
    Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Quinze Poetas Portugueses do Século XX
Seleção e prefácio de Gastão Cruz
Assírio & Alvim, Lisboa 2004

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1 comentário:

hfm disse...

Hoje bem mais tarde do que o habitual mas sempre vindo aqui!