Já lá vão sete anos sobre a hora a que Sophia nos deixou.
Era sobre a morte, tão suavemente sobre a morte, que ela escreveu:
QUANDO
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Quinze Poetas Portugueses do Século XX
Seleção e prefácio de Gastão Cruz
Assírio & Alvim, Lisboa 2004
Quinze Poetas Portugueses do Século XX
Seleção e prefácio de Gastão Cruz
Assírio & Alvim, Lisboa 2004
1 comentário:
Hoje bem mais tarde do que o habitual mas sempre vindo aqui!
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