É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.
A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.
- LOURENÇO MARQUES - I
A loira sul-africana
Logo os flancos movimenta,
Mal surge Malangatana
A dançar a marrabenta.
Depois vê, extasiada,
King-Kong, o negro apolo,
Sob a vara incendiada
A um palmo escasso do solo.
E ao chegar Raul Baza
Com um bando de zulus,
Vibrando, à moda de Gaza,
Belos corpos seminus,
A loira sul-africana
Manda às malvas o racismo,
Salta prà pista, com gana,
E dá um viva ao turismo.
António Manuel Couto Viana
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005
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