É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.
A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.
- TARDE DE PRAIA, AO LONGE
Lentamente construo estes murmúrios,
nesta palavra mar já tão profunda.
Solto o vento de rodas as viagens,
nestas praias de gente sem fronteiras.
Pequenas multidões pulsam a vida
e o mar apenas sobe mais azul.
Minucioso, espalho o meu olhar,
pelo secreto adeus do horizonte.
No som tão repetido dos navios,
há muito se esgotaram as sereias.
Desce a preguiça pela tarde lenta,
nas horas o silêncio vem de longe.
Rui Namorado
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005
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