sexta-feira, maio 20, 2005

Um Conto (VI)

  • Ao amor não interessa o sexo

    Jorge sentia-se bem a mergulhar naqueles olhos. Baixou a vista para não incomodar. Tentou de novo. Era simplesmente irrecusável não tentar. Era uma exigência interior, hipnótica, que não podia suster e aceitava docemente.
    Na mesma mesa, agora, entre outros amigos e amigas que sabia ali, mas cuja presença só detectava longinquamente, como num cenário de enquadramento para duas personagens:
                - «Sou Jorge!»
                - «Sou Marina!»
    Depois da urgência do beijo, da pressa da roupa, a pele. Aquela pele na sua pele.
    A pele!
    O diálogo e a descoberta das afinidades.
    O amor, cumprido o desejo.



    João sentia-se bem a mergulhar naqueles olhos. Baixou a vista para não incomodar. Tentou de novo. Era simplesmente irrecusável não tentar. Era uma exigência interior, hipnótica, que não podia suster e aceitava docemente.
    Na mesma mesa, agora, entre outros amigos e amigas que sabia ali, mas cuja presença só detectava longinquamente, como num cenário de enquadramento para duas personagens:
                - «Sou João!»
                - «Sou Mário!»
    Depois da urgência do beijo, da pressa da roupa, a pele. Aquela pele na sua pele.
    A pele!
    O diálogo e a descoberta das afinidades.
    O amor, cumprido o desejo.



    Joana sentia-se bem a mergulhar naqueles olhos. Baixou a vista para não incomodar. Tentou de novo. Era simplesmente irrecusável não tentar. Era uma exigência interior, hipnótica, que não podia suster e aceitava docemente.
    Na mesma mesa, agora, entre outros amigos e amigas que sabia ali, mas cuja presença só detectava longinquamente, como num cenário de enquadramento para duas personagens:
                - «Sou Joana!»
                - «Sou Márcia!»
    Depois da urgência do beijo, da pressa da roupa, a pele. Aquela pele na sua pele.
    A pele!
    O diálogo e a descoberta das afinidades.
    O amor, cumprido o desejo.


P.S.
Remeto-vos, à distância de um click, para o vídeo da mais recente campanha de MAKEPOVERTYHISTORY. Visite depois o site, clicando na faixa branca do canto superior esquerdo, neste mesmo blog.

2 comentários:

Anónimo disse...

O nonsense faz parte, meu Amigo, do teu/meu imaginário, onde o conto estremece o canto.
Amanhã, revisitar-te-ei, revigorada.
Um bj

hfm disse...

Continuo a gostar destes teus contos e da coerência com que nos prendes até ao fim!