É ténue e fria
a luz
que ainda penetra
pela luz
desta janela
E a luz que se esvai
frágil e docemente
morna
pela luz desta janela
abandona
o âmago das coisas
e fixa-se
por algum tempo
mais
nos contornos nos
recortes da memória
Recordando uma minha fotografia, a que juntei um poema de Sophia de Mello Breyner - Longe dos cenários de confrontação e morte (clique) - publicada em 26 de Agosto de 2003.
P.S.
A razão do título - "Longe dos cenários de confrontação e morte" - residia no sentimento que, em Agosto de 2003, ainda nos angustiava, a propósito da Invasão do Iraque, no anterior mês de Março.
Hoje, Dezembro de 2006, a chaga ainda está aberta e purga, mas aqui, longe dos cenários de confrontação e morte, a nossa mente já ganhou resistência à dor.
É importante recordar, quando a rotina faz esquecer.
2 comentários:
Uma habituação do horror, anestesia de sangue visto todos os dias. Tens razão: Março de 2003. O que fica? Um milhão de seres perdidos mais os que ainda se vão perder em tantas ruínas. Passo aqui e EU aprendo sempre algo do futuro, contigo. Abç
Dói ver isso mesmo..Sozinha, quando assisto à banalização da "novela", pergunto-me como pode o ser humano esquecer o horror que manifestou no início... A mim, horroriza-me o prolongamento e ainda mais imaginar como vai ser o "largar aquilo"...
Um abraço.
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