Decidi-me por uma rubrica de poesia à segunda-feira, enquanto assim se mantiver este meu ânimo.
Irei aqui colocando poemas que o critério do momento vier a ditar.
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Subiram os óleos da terra
Minha mãe de azeite
Desceram estrelas do céu
Verdes sereias
Vinhos rubros
Vinhos de areias
Minha mãe de pão
Minha mãe de broa
Teu corpo falou
Tudo embranqueceu
Teu corpo dansou
Aconteceu
Conchinhas do mar e das ruas
Peixe de estrela e de terra e deserto
E vem maresia
Volvendo do mar
Maria Maria
Teus lábios molhados
Os de beijos meus
Maria baiana
Ana de frôr de concha sereia
Maria baiana
Estremeceu...
... Eu loira e morena
Xarém e vieira
Jagunço na ialva
Meu doce que brigo
Bravura do céu
Destemor antigo
Desfraldou caravela
O sangue brotou
A rosa vermelha
Seu rosto marcou
Rosto de canela
Vermelho de sangue
Coração bateu
Bateu uma vez
Os braços ergueu
Bateu outra vez
Electro-rangeu
Bateu a terceira
Menino brincou
No seu coração
Sonho meu
Sonho seu
Iemanjá
Maria
Sinhá
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Francisco Palma Dias
Excerto de ODE IMPERIAL
Guimarães Editores, Lisboa 1983
1 comentário:
Impreterivelmente às 2ª feiras!
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