*Post Scriptum
Mas...
apesar da pressão comercial, do consumo exagerado e poluidor, do gosto duvidoso da iluminação e da música que temos de aguentar, aprecio o ritmo que esta época impõe, com os passeios cheios de gente, cumprimentando-se (vivo numa cidade pequena, onde quase todos nos conhecemos), perguntando pela família, desejando, sincera e esperançadamente, um ano melhor. Gosto de encontrar os amigos, jantar com eles, conversarmos demoradamente, e de manifestar a minha lembrança, a minha amizade, o meu reconhecimento aos que estão longe. Emociono-me com a chegada dos filhos, dos irmãos, dos sobrinhos, da família que começa a reunir-se para a ceia de Natal. Desvaneço-me com o bacalhau, as batatas, a couve, o azeite, o vinho verde tinto, a aletria doce, as rabanadas e o calor da amizade. Recordo saudosamente o meu pai (um homem do Norte, a justificar esta prática alimentar em noite de Natal, distinta da carne de porco com amêijoas, tradicional na ceia natalícia em Silves) e a minha mãe, afanosamente preparando o jantar durante todo o dia, fatigada, mas sempre com um sorriso e um toque de humor nas suas conversas.
Também gosto de sentir este aperto na garganta, agora, enquanto escrevo estas palavras.
quarta-feira, dezembro 10, 2003
P.S.*
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6 comentários:
Somos dois.
Um abraço
Sara
Folgo saber que é o fiel amigo que encontrarás à mesa a 24 de Dezembro.
Apesar de adepto da cozinha alentejana, um Natal sem bacalhau, para mim, é impensável!
:-)
Para mim, impensável é um Natal sem litão.
Ah, filho de Olhão! :-)
:-)
:-)
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