terça-feira, abril 19, 2011

Na segunda-feira, a ÁGUA foi Património?


Alguns chuviscos marcaram a manhã.

Saí para a rua na intenção de visitar duas exposições - Suportes de Água na Silves Islâmica, nos Paços do Concelho, e Sistemas de Abastecimento de Água na Silves Medieval, no aljibe da Alcáçova.
Levei comigo a câmara fotográfica.

Surpreendeu-me o avantajado número de turistas, mas pude aperceber-me de que estamos em vésperas de Páscoa. No Largo do Município, além dos turistas, a aglomeração era outra.



(Com um clique sobre as fotos pode apreciá-las mais ampliadas)

 










Por iniciativa da Universidade Aberta, alunos do Mestrado em Arte e Educação ensaiavam a sua expressividade. Caracteres árabes ou as características do seu traço, riscavam-se nas folhas brancas de alguns.


Subi aos Paços do Concelho e não encontrei qualquer aviso, nem qualquer sinal, desde o largo lá em baixo até ao local da exposição, que mencionasse a sua existência. Não estranhei atingir o segundo piso e não avistar ninguém. A zona estava vazia, escura e dois expositores de entre vários outros estavam iluminados; o da foto ao lado era precisamente um deles.

Esta exposição era para quem?







Subi à Alcáçova e desci ao aljibe.
Também não dei por nenhuma indicação, nem sinal, mas eu sou muito distraído. Apesar disso pude constatar que a exposição estava mesmo lá e era visível, mas que o espaço continua com a aparência de obra por terminar, com um ar sujo, mal arrumado, (eu sei que as impurezas caem pelas aberturas superiores, mas tantas folhas e detritos logo pela manhã!)  como quem não cuidou do envolvimento.

E havia visitantes? Sim. Muitos turistas que olhavam para os cartazes (a exposição é só de cartazes) e muitos deles, senão mesmo todos, encolhiam os ombros sem entender de que se tratava, pois as legendas estavam todas só em língua portuguesa, num local onde, provavelmente mais de 80% dos visitantes, para não exagerar, são estrangeiros.

Fazem-se  muitas coisas "só para o inglês ver", mas desta vez o inglês até pode ter visto, mas não entendeu.

Mas verifiquei que o "inglês" entendeu ou pelo menos vários entenderam, que a Sé não é para visitar.
À porta de entrada apresenta-se um sujeito, sem fardamento, e com bilhetes impressos na mão, sem garantias nenhumas de que se trate de um funcionário oficial, e que diz apontando para cada uma das pessoas - um euro - e apontando para as crianças fazendo sinal de negação com a mão, o que pode ser entendido como "as crianças não podem entrar". :)
Fiquei um pouco a observar e não vi nem um, dos vários turistas que abordaram a entrada, ter comprado qualquer bilhete. Azar o meu, pois provavelmente entraram muitos.
Mas estou em crer que os que entraram devem ter-se arrependido quando ao chegar à portaria da alcáçova lhes foi cobrado mais 2 euros e meio. Felizmente aí as coisas têm um ar sofisticado, apesar da aglomeração que se acumula com um só funcionário a trabalhar.
Imaginem como se teriam arrependido se se lembrassem de ainda visitar o Museu de Arqueologia. Saía-lhes barata, a manhã de passeio por Silves.

Sou cá um "má-lingua"!

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2 comentários:

Manuel Ramos disse...

Não és não, porque não és o único a sentir o mesmo. Sobretudo em relação à catedral, uma autêntica vergonha. Será dinheiro ainda para pagar as obras no telhado ou o financiamento para a "Rota das Catedrais"? Sendo monumento nacional, sendo também templo aberto ao culto é uma situação completamente inaceitável. Feita, como dizes, de forma totalmente pouco clara...
Mas enfim, salvou-se a bonita visita que fiz pelas noras das Barradas, em Messines. Com a esquecida Fábrica do Inglês em mente, neste dia dos monumentos e sítios...

Maria Gonçalves disse...

A intenção de produzir aquela pequena exposição no átrio da Câmara foi a de levar até aos municípes uma vez que, para ver este tipo de exposições, a maioria das pessoas não se desloca (não vai Maomé à montanha, vai a montanha a Maomé...). O feedback que tennho tido é a de que tem sido muito visitada e a ideia de a fazer ali muito apreciada. Os textos da exposição do Aljibe estão a ser traduzidos para que a informação possa chegar aos turistas, só não ficou pronta a tempo (não andamos nisto há 2 dias...). O tempo é de contenção mas não quisemos deixar passar a data em branco, por isso, com recurso a alguma criatividade, à reciclagem de estruturas expositivas e a muito pouco dinheiro demos o nosso melhor...pena não teres apreciado. Ás vezes dá mesmo vontade de ficar quieto...
P.S. Ainda bem que gostaste do passeio às noras Manel, já não se perdeu tudo :)