O título é propositadamente um desafio, mas de facto nós não vemos com os olhos, mas sim através dos olhos.
Na escuridão completa nada se vê, por que o que vemos, vemos através da luz refletida nos objetos e é essa luz que o nosso cérebro interpreta.
Na escuridão completa nada se vê, por que o que vemos, vemos através da luz refletida nos objetos e é essa luz que o nosso cérebro interpreta.
O orgão que de facto vê, ou nos dá a ver, é o nosso cérebro, ao interpretar a luz que lhe chega através do nosso olhar.
É claro que a interpretação cerebral é tanto melhor quanto melhor informação for filtrada pelos olhos. Com bons olhos vê-se melhor do que com olhos com deficiência.
Com um cérebro habituado ao exercício de pensar, o que depende sobremaneira da quantidade e da qualidade da informação recebida, tanto mais profunda e complexa é a interpretação que se faz da imagem ou imagens que afluem ao cérebro.
Uma cadeira é uma cadeira, mas perante duas cadeiras diferentes já duas pessoas podem ter ideias diferentes sobre essas cadeiras, gostando mais de uma do que da outra, por razões que nada terão a ver com as cadeiras em si, mas sim com a maneira como apreciamos o belo.
Quando se trata de objetos de arte, já a informação que se tem sobre a história da arte ou os conceitos estéticos que preenchem a nossa informação serão tanto mais importantes quanto a quantidade ou qualidade da informação que se tem a tal respeito.
Quem pouco frequenta galerias de arte ou exposições terá certamente um gosto e uma capacidade de interpretação inferior aos que são frequentadores assíduos e informados.
A arte muda com o tempo e quem não acompanhou esse percurso histórico irá ter dificuldade em entender a arte contemporânea, pois ela já não se preocupa com a representação dos objetos, mas mais com as impressões sensoriais transmitidas pelas formas, pelas cores, pela composição... e outros conceitos ao longo do tempo irão sempre mudando o nosso olhar sobre as coisas.
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