segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Um poema a cada segunda-feira (XII)




Decidi-me por uma rubrica de poesia à segunda-feira, enquanto assim se mantiver este meu ânimo.


Irei aqui colocando poemas que o critério do momento vier a ditar.





  • ... / ...
    Subiram os óleos da terra
    Minha mãe de azeite
    Desceram estrelas do céu

    Verdes sereias
    Vinhos rubros
    Vinhos de areias
    Minha mãe de pão
    Minha mãe de broa
    Teu corpo falou
    Tudo embranqueceu
    Teu corpo dansou
    Aconteceu

    Conchinhas do mar e das ruas
    Peixe de estrela e de terra e deserto
    E vem maresia
    Volvendo do mar
    Maria Maria
    Teus lábios molhados
    Os de beijos meus
    Maria baiana
    Ana de frôr de concha sereia
    Maria baiana
    Estremeceu...

    ... Eu loira e morena
    Xarém e vieira
    Jagunço na ialva
    Meu doce que brigo
    Bravura do céu
    Destemor antigo
    Desfraldou caravela
    O sangue brotou
    A rosa vermelha
    Seu rosto marcou
    Rosto de canela
    Vermelho de sangue
    Coração bateu
    Bateu uma vez
    Os braços ergueu
    Bateu outra vez
    Electro-rangeu
    Bateu a terceira
    Menino brincou
    No seu coração
    Sonho meu
    Sonho seu
    Iemanjá
    Maria
    Sinhá
    ... / ...

Francisco Palma Dias
Excerto de ODE IMPERIAL
Guimarães Editores, Lisboa 1983

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1 comentário:

hfm disse...

Impreterivelmente às 2ª feiras!