É desse manancial que esta rubrica se irá sustentar por algum tempo, confinando-se as minhas escolhas às opções dessa personalidades e a poetas que viveram, ou ainda vivem, sob o bafo civilizacional do séc. XXI.
A primeira vaga proveio da safra de Mário Soares, a que se seguiram Miguel Veiga, Diogo Freitas do Amaral e Urbano Tavares Rodrigues.
Irei terminar com Marcelo Rebelo de Sousa.
- POLIGONIA DOS SONETOS
amor não sentimento não ternura
não desejo não sexo não amor
amor nada concreto não os olhos
preso nunca no peito não por certo
amor fascínio fuga sal sedento
não ângulo não vértice de vidro
não as ruas desertas pensamento
amor não sentimento não sentido
não amor não entrega nunca posse
a fuga porque não nada fragmento
não amor por amor nunca deserto
amor não violento não ele vento
não amor desejado mão de invento
amor sempre de não de tempo a tempo
E. M. de Melo e Castro
Os poemas da minha vida
Marcelo Rebelo de Sousa
Público, Lisboa 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário