O Palácio Grade
O Palácio construído em 1907 na cidade de Silves pelo 3º Visconde de Lagoa obedece às características da arquitectura europeia predominante desde a segunda metade do século XIX e que corresponde a um eclectismo de estilos.
Trata-se de um imóvel de amplas estruturas, cujas linhas simétricas revelam profundas influências clássicas.
Salientam-se na fachada a porta principal enquadrada num arco de volta inteira, inscrito num rectângulo em pedra limitado por duas grandes mísulas, o varandim saliente protegido por balaustrada, sendo este conjunto encimado pelo brasão em pedra.
Passando ao interior, resplandecem, logo no rés-do-chão, os mármores branco e rosa da escadaria, do tipo da Ópera de Paris, destacando-se também o escritório com tecto em abóbada e os painéis da entrada, pintados com motivos pompeianos e de arte nova. No vestíbulo surgem igualmente elementos de estilo neo-barroco, coríntio e Luís XVI.
No primeiro andar salienta-se o salão nobre com todas as paredes decoradas com pinturas de lagos de Itália, executadas por um artista desse país que se encontrava exilado em Portugal. As pinturas do tecto, assim como as restantes, são da autoria de João Vaz, que foi, ao lado de Columbano, um dos expoentes da mais notável geração de pintores portugueses.
Não é possível a visita.
Não é possível a visita.
Texto de: Vasco Mascarenhas Grade, jornalista, descendente dos Viscondes de Lagoa e co-proprietário do palácio Grade, publicado em "V Jornadas de Silves - ACTAS", Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico-Cultural de Silves, Silves, Outubro de 1999.
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Na impraticabilidade de fotografar o interior, deixo algumas fotos de pormenores do exterior do edifício.
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Edições anteriores:
Património silvense (I) - Claustro interior nos Paços do Concelho
Património silvense (II) - Igreja da Misericórdia
Património silvense (III) - Arte Nova em Silves
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