- LINNEU
para a Sophia
A minha profissão é dar-lhes nomes.
Tal como o outro, passados os seis dias,
foi tudo achando bem, e disse
que era bom, e o chamou,
assim, no bom ou mau,
eu dou nomes à vida, digo
esta é a rosa dos ventos, digo
esta é a flor das águas, digo
esta é a planta do teu pé.
Apenas digo nomes: tudo existe
muito senhor de si,
tudo existe insolente,
independente.
Não era necessário eu ter nascido.
Pedro Tamen
Analogia e Dedos, 2006
Poemas Portugueses - Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI
Porto Editora, Lda., Porto, 2009
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