A uma tarde de sexta-feira não se pode esperar grande aglomeração de gente e mesmo a um sábado, perante um programa tão vasto e diversificado, para muitos houve que escolher a hora que mais lhes convinha ou mais despertava o seu interesse.
Creio poder afirmar que as tardes foram para os já iniciados nestas andanças da poesia e dizer que o número de presentes ultrapassou as minhas expetativas.
O momento mais enriquecedor aconteceu-me na sessão da tarde de sábado, numa mesa redonda onde o debate se centrou sobre "a poesia como deslocamento" e que a fotografia abaixo documenta.
Da esquerda para a direita José Carlos Barros, Juan Andrés Garcia Román, Luís Filipe Cristóvão, José Mário Silva e valter hugo mãe.
Foram lidos poemas e o debate, conduzido por Luís Cristóvão, revelou quatro diversas perspetivas.
Também estive presente, com Ahmed Tahiri (da Fundação al-Idrisi e autor da publicação - Cacela e o seu poeta Ibn Darraj al-Qastalli), numa sessão sobre a poesia do al-Andalus.
Foi muito agradável ter sido abordado, no final, por Teresa Rita Lopes, que me disse ter gostado muito do que ouviu e que lhe tinha despertado a vontade de aprofundar o seu conhecimento da poesia dessa época.
A Fundação al-Idrisi foi também responsável por parte do serão da noite de sábado, com "Cantares do pôr-do-sol".
A música andalusina, levada para o Norte de África pelos expulsos de Granada, repercutiu-se na noite de Cacela, na limpidez da voz da jovem Zainab Afailal e na primorosa execução de Fahd Ben Kiran, no seu alaúde. O flamenco de Pepe Vela despertou as emoções dos que enchiam por completo o espaço onde o concerto teve lugar.
Na noite anterior também Janita Salomé encantou com a sua música de expressão mediterrânica, enchendo a Igreja de gente que escutava o seu cantar.
Mas o momento que mais justificou o título desta iniciativa da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António - "Poesia na Rua" - aconteceu na noite do encerramento, com o Largo da Fortaleza repleto de gente, escutando os poetas convidados e todos os que se quiseram inscrever, em declamações sucessivas, que a Banda Filarmónica saudava após a audição de cada poema declamado, a que se lhe seguia o lançamento de um petardo.
Aí, à noite, a poesia foi de todos, como pelas manhãs tinha sido das crianças.
1 comentário:
passei por lá na sexta à tarde e gostei do ambiente.
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