quarta-feira, novembro 16, 2005

A nossa vida não pode continuar assim

Os sinais acumulam-se há muito; lá como cá.

Os bairros onde os pais só voltam para dormir, onde durante o dia só ficam os velhos, os desempregados, os jovens depois da escola, os jovens que já nem vão à escola. Os locais onde se cresce longe dos pais, entre crianças e adolescentes da mesma idade, que se confrontam com a sua diferença de cada vez que saem do bairro, e que ali se remetem, em aprendizagens de rua, de espertezas e sobrevivência, cujos valores são os do grupo, do pequeno grupo que aprendeu por si. Nestes bairros, como nos outros, há reprodução social.

Como aqui transcrevi, outro dia, a propósito do filme Crash:

«Movendo-nos à velocidade da vida, estamos prestes a colidir uns com os outros.»

Há que impor outra velocidade à vida.
Há que saber como, antes que seja tarde.

2 comentários:

Marco Oliveira disse...

Assim são hoje as grandes cidades e os seus suburbios. Uma triste realidade.

musalia disse...

totalmente de acordo. mas, como?...
abraço.