Passaram-se 250 anos.
Gravuras e textos sobre o Terramoto de 1755 ocuparam e continuarão a ocupar por mais alguns dias os orgãos de comunicação do nosso país. Aqui nos blogs irá ocorrer situação semelhante. Há importantes lançamentos de livros sobre o tema, tanto em Lisboa como no Algarve, com abordagens científicas e literárias de elevado interesse.
A minha cidade, Silves, foi das mais afectadas e diz-se que teriam ficado de pé "umas 20 casas".
Mais do que os factos relacionados com a sismologia e a destruição, gostaria de chamar a vossa atenção para a repercussão internacional que o Terramoto suscitou e que se relaciona com o Iluminismo, essa corrente de pensamento, de ordem científica e filosófica, de carácter racional, representada em Portugal pelos chamados estrangeirados e, particularmente, pela figura mais eminente da época, o Marquês de Pombal.
As explicações racionais do fenómeno colidiram fortemente com a mentalidade religiosa da época.
Voltaire escreveu um poema sobre o Terramoto, questionando-se sobre a Providência divina, assunto que voltou a abordar num dos seus mais famosos romances, Candide. Deixo um link para o Poema sobre o desastre de Lisboa (em francês), agora traduzido por Vasco Graça Moura e incluído na publicação a apresentar na capital, por esta ocasião, pela editora Alêtheia.
Permitam-me que vos deixe ainda o link de um ficheiro do Word, com uma tese, assinada por Robert K. Reeves e apresentada no Dickinson College - The Lisbon Earthquake of 1755 (em inglês) - sobre o confronto entre a Igreja e o Iluminismo, com várias imagens sobre a cidade de Lisboa, ao tempo, de onde retirei a ilustração que encabeça este post.
terça-feira, novembro 01, 2005
O Terramoto de Lisboa
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2 comentários:
Olá António:
Não sei porque me surpreendo, em se tratando de produção tua. Mas que este post é excelente, lá isso é indisfarçável.
Abração
Belo post sobre um terramoto que desfez a minha bela cidade.
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