A 6 de Novembro de 1919 nasceu Sophia.
Não tive oportunidade de aqui deixar, ontem, a singela homenagem que tinha programado. Faço-o hoje.
- Sacode as nuvens...
Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar,
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.
Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que tu respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Cem poemas de Sophia
Editorial Caminho, Lisboa 2004
3 comentários:
É sempre um prazer regressar assim, com Sophia.
Já devia saber que continuavas.
Até muito breve, meu amigo.
"Prometeram-nos enterrar n'A Sombra a árvore do bem e do mal (...)
É o tempo dos Assassinos."
(adaptado de Rimbaud)
Que belo poema escolheste.
Sophia sempre!
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