quarta-feira, julho 02, 2008

Sophia, sempre!

Há quatro anos que Sophia partiu.
Quero recordá-la na sua suavidade, na forma tranquila como, neste poema, se referia à própria morte.


  • Sei que estou só e gelo entre as folhagens
    Nenhuma gruta me pode proteger
    Como um laço deslaça-se o meu ser
    E nos meus olhos morrem as paisagens.

    Desligo da minha alma a melodia
    Que inventei no ar. Tombo das imagens
    Como um pássaro morto das folhagens
    Tombando se desfaz na terra fria.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Quinze Poetas Portugueses do Século XX
(Selecção e Prefácio de Gastão Cruz)
Assírio & Alvim, 2004

1 comentário:

hfm disse...

Tem graça, um dia antes, publiquei Sophia no Alicerces. Era a 1ª actualização cá e senti que tinha de ser com Sophia e nem sequer pensei em datas. Ele há coincidências. O poema que coloquei é pouco conhecido mas eu gosto muito dele.

Bela homenagem.