O desalento, em Omar Khayyam
Este texto foi antes publicado em 4 de Novembro de 2003.
Condiscípulo de dois outros ilustres do seu tempo, Nizam-al-Mulk, que veio a ser o vizir do califa Malik-Shah, e Hassan Sabbah, o Velho da Montanha, fundador da seita dos assassinos, que comandava a partir da inexpugnável fortaleza de Alamut.
Omar, considerado um dos maiores sábios da sua época, matemático e astrónomo reconhecido, a quem o califa entregara a responsabilidade do Observatório Astronómico de Merv, entrou em profundo desalento após o morte do seu amigo vizir, a mando do seu outro amigo, Hassan.
É esse desalento niilista, que vos trago hoje nestas duas quadras:
Eu sei que os dias da vida
passam velozes, ligeiros
como o tufão do deserto,
como as águas dos ribeiros.
- Mas dois há aos quais dedico
a indiferença mais chã:
aquele que passou ontem
e o que há de vir amanhã.
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