A imagem é a de um recipiente para água benta, num templo do séc. XVI, em Silves.
O recipiente poderia ter sido simplesmente embutido na parede, mas houve o bom senso de evitar o frequente contacto dos dedos com a parede branca, para não ficar manchada.
A concavidade mereceu no entanto uma forma singular de contornos arredondados, ovalados, diria melhor, atraente esteticamente. Creio mesmo que foi essa forma que me prendeu a atenção e me mereceu a fotografia que quis fazer.
Outro pormenor é o do friso, em pedra ruiva, grés local, que de certo modo chama a atenção para a presença do recipiente da água benta, num local sombrio, pouco iluminado.
Outro pormenor ainda, que já peca pela ausência de um gosto cultivado, é o desse fio, dito elétrico, que tenta disfarçar a sua presença no recanto onde contactam as duas paredes.
É um pormenor destoante, anacrónico, sinal deste nosso tempo apressado e descuidado, meramente funcional, sem intenção estética, sem preocupação pelo belo.
Sinais do tempo.
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