quinta-feira, janeiro 04, 2007

Mas estes não passam de animais

Cães ao Sol, Silves, Inverno de 2003/2004, © António Baeta Oliveira


  • Há comunidades que vivem assim, por instinto, ao calor do Sol.
    Relacionam-se na base da sua satisfação pessoal, em torno do que comem ou do que bebem: sobre o local onde se encontram esses produtos de consumo, sobre a sua qualidade, sobre o seu preço, ou seja, o grau de dificuldade para os obter.
    Lutam pela sua posse, impondo a lei do mais forte, e definindo territórios que controlam e demarcam com os seus sinais.
    É a luta pela sobrevivência, onde os mais fortes dominam.
    Há ainda a luta pela posse da fêmea, marcada também pela hierarquia do poder.
    Os mais novos aprendem com os mais velhos as suas normas societárias, a defesa do status quo, e treinam-se entre si, sob a forma de jogos ou lutas tribais. O seu acesso ao poder faz-se por via do sucesso nesses jogos e lutas ou pela proximidade à família dos mais fortes.
    Não sabem de abstracções, não possuem horizontes culturais.
    Há quem diga que são felizes assim.
    Para mim, a felicidade é uma abstracção a que eles não têm acesso.
    Mas estes não passam de animais. Não os podemos culpar por isso.


Recordando uma antiga fotografia comentada - Assim... suspenso...
(clique) - publicada em 1 de Setembro de 2003.

1 comentário:

forass disse...

O cão do meio está a fazer o quê?