Nem o tempo nublado, a filtrar a luz solar, consegue esconder a silhueta, o colorido, a memória restaurada de uma cidade e do seu urbanismo, que a torna única no mundo, de pleno direito Património Mundial da UNESCO.
O grupo escultórico, na fotografia, pretende significar, a meu ver, esse esforço de manter na vertical, de endireitar, de respeitar, de preservar o que a acção da natureza vulcânica do lugar teima em destruir, como no último terramoto, em 1980.
O centro histórico de Angra do Heroísmo é hoje um museu vivo, a pulsar.
Permitam-me usar a foice na minha seara e lembrar a rua Cândido dos Reis, memória da Silves corticeira dos finais do séc. XIX e princípios de XX, que poderia, ela também, ser única no mundo, com os antigos e longos muros das fábricas de cortiça, os prédios multicores mandados construir pelos industriais e pelos seus quadros superiores (até equipamentos culturais, como o Teatro Mascarenhas Gregório), bela, longa, enfileirada, exemplar marca de um tempo e de uma civilização que fez desta terra um dos maiores pólos industriais do país. Hoje é uma rua quase completamente destruída na sua unidade e identidade pela incúria, desrespeito e acção dos Homens, que não da Natureza.
1. Sobre a cidade de Angra do Heroísmo consulte este link para a Wikipédia
2. Sobre a forma como vi e fotografei Angra do Heroísmo siga o link para Webshots
2 comentários:
Excelentes fotos, Toy. Tenho de voltar aos Açores...
Um abraço de parabéns.
Obrigado, Torquato.
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