A velha casa projecta
as suas sombras e
as palavras dizem d
o pai ainda com
o pijama na manhã de domingo
o almoço depois da missa
a gambiarra a iluminar
a refeição onde estamos todos
a neve naquele ano avistada d
a janela da porta d
a cozinha
o fogão de lenha
o poial dos cântaros
o poço
os canteiros de amores-perfeitos
os pés esguios d
as couves-galegas esgargaladas como
o pescoço das galinhas
a erva-azeda para os coelhos
o quarto
o leito de ferro pintado de branco
a janela baixa debruçada sobre
a rua
o canto da chuva n
a noite escura
a luz ainda acesa sob
a porta do escritório d
a mãe
o medo dos ruídos do sótão
o adormecimento d
as memórias
quarta-feira, março 10, 2010
A velha casa
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6 comentários:
António: gostei imenso. Isto, espero, é para ir repet
indo...
Vindo de ti até fico convencido que é verdade. :)
Um abraço.
Memórias de outros tempos. Bonito
Reconheço a casa assim descrita; revejo o Toin'd'Abtin a descarregar os cântaros de água; revejo o balde de tirar água do poço-cisterna com bichinhos a rabiar dentro da água e as porcas-saras a saírem dos muros e paredes do quintal; também lembro as casotas dos coelhos e o arbusto de tabaco ali por perto; relembro o nome do responsável pelos ruidos de que dizes tinhas medo: o Jagodes. Mas as recordações são as tuas e ficam bem dessa maneira descritas. Obrigado pelo convite à visita. Um abraço Zé
O Toino d'Abtim... Do fundo da memória, José!
Excelentes texto e foto, Toy!
Aquele abraço.
Logo o Zé, meu irmão, e o Torquato.
Os dois conhecem bem essas memórias de Alcantarilha, se bem que a casa na foto seja de Armação.
Foi um prazer ter-vos comigo; teres trazido o Toin'd'Abtin, como tu escreves, e isso me ter feito lembrar a tua avó, Torquato, a morar bem na frente do aguadeiro.
Um abraço.
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