A tertúlia acontece no Quiosque Al-Mu'tamid, no largo com o mesmo nome, frente à Biblioteca, em Silves, de quinze em quinze dias, a uma quinta-feira, pelas 21h30.
Trata-se de uma extensão dos projetos de promoção da leitura, da Biblioteca Municipal de Silves, aqui com coordenação de Paulo Pires, técnico superior da Biblioteca.
O espaço é limitado a 20 pessoas.
As fotos acima documentam as duas primeiras sessões, mas não abarcam toda a sala, octogonal e com uma frente de balcão, pois o quiosque é utilizado como pequeno bar/café/pastelaria.
Esta noite terá lugar a terceira sessão.
Os interessados trazem as suas ideias, os seus textos, no fundo o que lhes aprouver, e a tertúlia funciona sem tema específico, ao sabor da corrente do pensamento e do diálogo.
Serei portador de dois contos da minha autoria e de um poema de Nuno Júdice, de extrema atualidade.
A
Pressão dos Mercados
Emprestem-me a palavra para o poema; ou dêem-me
sílabas a crédito, para que as ponha a render
no mercado(…) É que as palavras estão caras.
Folheio o dicionário em busca de palavras pequenas,
as que custem menos a pagar, para que não exijam
Reembolsos e as meter, ao desbarato, no fim do verso.
O problema é que as rimas me irão custar o dobro,
e por muito que corra os mercados o que me
propõem está acima das minhas posses, sem
recobro. E quando me vierem pedir o que tenho
de pagar, a quantos por cento o terei de dar? Abro
a carteira, esvazio os bolsos, vou às contas, e tudo
vazio: símbolos, a zero; alegorias, esgotadas;
metáforas, nem uma.
A quem recorrer? Que fundo de emergência
poética me irá salvar? Então, no fim, resta-me
uma sílaba – o ar – ao menos com ela ninguém
me impedirá de respirar.
Nuno Júdice , “A Pressão dos
Mercados”
Está feito o convite.
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