Caravana no Parque de Lazer junto ao Arade, em Silves |
Na grande maioria procedentes dos países do Norte da Europa, nomeadamente Holanda, Alemanha e Grã-Bretanha, ei-los que começam a arribar a Silves mal o tempo arrefece.
Também os há no verão, mas esses são mais turistas do que nómadas, como estes, e há os que, já em número significativo, permanecem por Portugal ano após ano, mudando de lugar no tempo quente, em busca da amenidade do mar.
Todos os dias percorro este parque, a pé, com meu Doggy. Com o Doggy já o faço há 3 anos, sem o Doggy faço há muitos mais.
Tenho amigos entre os caravanistas, há anos, e cruzo-me com eles pelas ruas de Silves, encontro-os nos cafés, nos restaurantes, no mercado municipal, nas lojas, nos supermercados, na biblioteca, nos largos e nas praças da minha cidade.
Gostam de Silves, consideram-na uma cidade de gente simpática e afável, sentem-se seguros, se bem que aos fins de semana sejam por vezes incomodados com ruído e aproximações abusivas das caravanas, por jovens em idade escolar, muitas vezes aparentando ter bebido álcool e que são avistados a provocar estragos em equipamentos do próprio parque.
Estes caravanistas são uma riqueza para a cidade, mas a cidade não os acolhe como deveria, proporcionando-lhes condições de acesso à água, à descarga dos seus resíduos orgânicos, embora eles próprios se encarreguem da higiene do lugar. São recetivos à cobrança do valor justo se essas condições de higiene lhes forem facultadas.
O exercício destas facilidades traria sem dúvida uma boa receita para a administração e então, com essas facilidades concedidas, já se poderia, eticamente, impor restrições aos locais onde os caravanistas poderiam estacionar, que não desta maneira desorganizada, colidindo com o estacionamento das viaturas dos que todos os dias recorrem a estes parques para aceder aos serviços das Piscinas Municipais, da FISSUL, ou do estacionamento propriamente dito.
Agora a situação como está atualmente, sem regras, sem fiscalização, sem que se saiba se se está bem ou mal, sujeitos à arbitrariedade do que der ou vier, é que não é situação que se recomende.
A Administração deveria estudar a situação e decidir em conformidade.
Se os caravanistas aqui vêm e ficam, é porque gostam de cá estar.
Saibamos recebê-los, como em nossa casa todos fazemos com quem nos visita.
P.S.
Recordo que os caravanistas já em tempo se organizaram, fizeram uma coleta entre eles, e dirigiram-se à Câmara Municipal para fazer uma oferta pecuniária, como forma de compensação pela utilização gratuita do parque. A Câmara não poderia aceitar assim esse dinheiro. Acabaram por comprar, por sugestão dos serviços, umas quantas cadeiras de rodas, já não recordo exatamente quantas.
Foi sem dúvida uma atitude louvável e reveladora da sua vontade em agradecer o acolhimento da cidade.
2 comentários:
Este texto foi enviada para conhecimento ao Gabinete da Sra. Presidente da Câmara.
bom texto...
Enviar um comentário