Armação de Pêra, junto à Ribeira de Alcantarilha, na manhã de 3 de fevereiro de 2014 |
Há um certo gosto particular pela cor e pelos jogos da cor nas tonalidades de um ocaso, nos fortes azuis do céu, nos verdes das florestas a perder de vista. Até mesmo num contraluz espetral.
Pode até abusar-se do uso dessas cores, paisagens e tonalidades quando se pretende impressionar alguém.
Acontece que gosto muito desta minha foto e ela não abusa daquelas premissas.
A foto quase não tem cor, dadas as condições sombrias do tempo.
São quatro faixas sobrepostas: a da água da ribeira, a da areia e sua zona dunar, a do mar e a do céu.
Há uns certos reflexos de luz, tanto no mar, como na superfície da água da ribeira, que podem eventualmente atrair algum desse gosto particular por essa expressão do belo, aristotélico e romântico, mas são tão ténues e discretos, que não me parece que ganhem especial importância.
Mas eu gosto desta minha foto sem esses ingredientes e não é por vaidade que o digo; é que no preciso momento em que fixei este enquadramento e me decidi pelos parâmetros da minha câmara eu já gostava do que via, antes ainda da paisagem se tornar fotografia.
Ela já lá estava à espera do meu olhar.
2 comentários:
Como gostei do último parágrafo! Gosto muito da foto.
Obrigado, Helena.
Sempre tão atenta, minha amiga.
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