Em qualquer estação do ano, da Primavera ao Inverno, nublada ou exposta a um sol quase tropical, esta minha terra, quando se avista da margem esquerda do Arade, surpreende sempre, pelo matizado das cores reflectidas no branco da cal, dos ocres ao vermelho achocolatado da pedra das suas muralhas ou da sua alcáçova, também ainda pela forma como se espraia colina acima.
Hoje, depois da chuva, e no momento preciso em que passeava, encaminhando-me para a velha ponte, vindo da margem esquerda do rio, as nuvens cederam perante a insistência do Sol à aproximação do meio-dia.
Uma luminosidade extremamente viva e a transparência de uma atmosfera como que acabada de ser lavada pela própria chuva, revelavam aquela imagem que há tanto procuro.
Não trazia a máquina fotográfica comigo, mas deparei-me com um turista, que provavelmente nunca antes estivera em Silves e que poucas horas iria aqui permanecer, a registar na sua câmara escura aquele momento sublime que eu não pude guardar.
- - Não está certo. Não é justo!
1 comentário:
Continuas pela poesia, agora em prosa...
Fiquei com inveja de não estar ao "ar livre" quando isso aconteceu. Não conseguiste a chapa em formato digital mas, e em compensação, ganhaste uma neuronal que transportarás sempre contigo. Talvez um destes dias eu invente um cabo USB, versão qualquer coisa, que permita o download da coisa desse teu cerébro recheado de chapas nunca antes reveladas.
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