A chegada do mês de Março sugere-me a proximidade da Primavera.
Notando que irá sair pela linha de fundo deste meu blog o último poema de expressão luso-árabe que aqui deixei, procurei um trecho que recreasse este renascer primaveril, tão simbolizado no amor e no êxtase dos sentidos, como o deste poema de Ibn Habib, de Silves.
quando ofereces aos que estão presentes
o vinho ardente que nas faces sentes
(como o copeiro as taças ao redor)
não deixo de beber um tal rubor.
esse vinho é tornado generoso
por quem, ao olhar-te, lhe confere cor
enquanto o outro se torna gostoso
nos ágeis pés do vindimador.
ALVES, Adalberto
O meu coração é árabe
Assírio & Alvim, Lisboa, 1998
O meu coração é árabe
Assírio & Alvim, Lisboa, 1998
4 comentários:
Então aqui vai, amigo António. Bom dia! Mês da Primavera que anuncia que é mais uma que me torna um pouco mais velho. Mas quero lá saber. "Quando ofereces aos que estão presentes
o vinho ardente que nas faces sentes
(como o copeiro as taças ao redor)
não deixo de beber um tal rubor."
Um abraço.
Cada vez mais vou ficando admirada com a modernidade destes poemas que o António aqui tem colocado. Uma beleza, uma suavidade, uma enorme sensibilidade!
Um abraço
Amigo, gostei muito do seu blog. Vou colocar a sua relação de poesias luso-árabes em meu blog, chamando para o seu. Parabéns!
Beijos.
Faça-o, Cris!
Est mundo precisa de poesia.
Um beijo.
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